Investing.com – O dólar apresentava estabilidade nesta quarta-feira, à espera de um importante indicador de inflação que pode influenciar a trajetória da política monetária do Federal Reserve, após declarações com tom relativamente rígido do presidente do Fed, Jerome Powell.
Às 8h de Brasília, o índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, registrava leve alta, sendo cotado a 107,875. Esse movimento ocorre após perdas registradas na madrugada, à medida que investidores reduziram a intensidade da recente valorização da moeda provocada por fatores tarifários.
O principal destaque do dia será a divulgação do índice de preços ao consumidor (IPC) nos Estados Unidos, às 10h30 de Brasília, o qual pode influenciar as próximas decisões de política monetária.
As projeções indicam que a inflação anual medida pelo IPC tenha avançado 2,9% em janeiro, mantendo o ritmo de dezembro. Já a variação mensal deve desacelerar para 0,3%, ante 0,4% no mês anterior.
O chamado núcleo do índice, que exclui componentes mais voláteis, como alimentos e combustíveis, deve mostrar leve desaceleração anual, passando de 3,2% para 3,1%. No entanto, a leitura mensal pode acelerar para 0,3%, acima dos 0,2% registrados no mês anterior.
Este será o último dado de inflação antes de qualquer impacto direto das tarifas implementadas pelo governo de Donald Trump neste mês.
“Há um certo desgaste nas apostas relacionadas às políticas de Trump, uma vez que as mudanças de rumo em relação às tarifas têm dificultado a obtenção de conclusões definitivas”, afirmaram analistas do ING em relatório. “No momento, o mercado aguarda para saber se novas tarifas ‘recíprocas’ serão anunciadas nesta semana.”
As medidas adotadas pelo ex-presidente, incluindo tarifas mais elevadas, são amplamente vistas como um fator que pode elevar a inflação nos EUA, o que dificultaria um afrouxamento monetário adicional por parte do Federal Reserve no curto prazo.
Enquanto isso, Jerome Powell compareceu ao Senado na terça-feira, como parte de seu depoimento de dois dias no Capitólio. Nesta quarta-feira, ele falará ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.
Em sua declaração preparada, Powell reforçou que o Federal Reserve não vê necessidade de pressa para ajustar sua política monetária.
Na Europa, o euro (EUR/USD) registrava alta de 0,1%, sendo negociado a 1,0371, afastando-se das mínimas de dois anos atingidas na semana passada, apesar da divulgação de dados que apontaram uma forte contração de 3,1% na produção industrial italiana em dezembro.
“É difícil enxergar um cenário de otimismo para o euro no momento. O crescimento segue fraco, o suporte fiscal permanece limitado e o BCE pode promover novos cortes de até 100 pontos-base este ano para manter os diferenciais de juros amplos”, afirmou o ING.
“Por isso, caso haja uma recuperação temporária do EUR/USD para a faixa de 1,0450, o movimento pode perder força rapidamente.”
A libra esterlina (GBP/USD) também avançava, sendo cotado a 1,2443, após recuperar-se das quedas expressivas que ocorreram na semana passada, quando o Banco da Inglaterra reduziu sua taxa de juros.
Na Ásia, o dólar subia 0,8% contra o iene (USD/JPY), negociado a 153,68, com o iene japonês apresentando forte depreciação após atingir sua máxima de dois meses na semana passada.
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, afirmou que a instituição seguirá mirando a meta de inflação de 2%, mas adotou um tom levemente mais moderado em relação a declarações anteriores.
Ueda também destacou a incerteza em torno das políticas adotadas pelos Estados Unidos sob a liderança de Trump e mencionou que o Banco do Japão aguarda maior clareza sobre os impactos econômicos das novas diretrizes americanas.
Por fim, a moeda americana tinha leve alta contra o iuane (USD/CNY), sendo negociada a 7,3100, mantendo-se dentro de uma faixa estreita ao longo da sessão.
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