NOVA IORQUE, 7 Fev (Reuters) - O dólar apreciou em negociações agitadas, esta sexta-feira, após dados mostrarem que o crescimento do emprego nos Estados Unidos abrandou em Janeiro, mas que a taxa de desemprego desceu para os 4,0%, dando à Reserva Federal norte-americana cobertura para adiar o corte das taxas de juro até pelo menos Junho.
As folhas de salários não-agrícolas aumentaram em 143.000 postos de trabalho no mês passado, após um aumento revisto em alta de 307.000 em Dezembro, disse o Bureau of Labor Statistics, do Departamento do Trabalho, no seu relatório acompanhado de perto sobre emprego.
Os economistas esperavam que a pesquisa mostrasse 170.000 empregos adicionados.
O índice do dólar =USD, que mede a moeda norte-americana contra o iene, a libra e outros rivais, chegou a subir para os 108,02. Subia 0,102% para os 107,77.
Os investidores estão agora a precificar apenas um corte nas taxas da Fed este ano, segundo a ferramenta FedWatch da CME.
A moeda norte-americana caiu cerca de 2% face ao máximo de segunda-feira de 109,88, à medida que os nervos dos investidores sobre os riscos de uma guerra comercial global diminuem.
O euro EUR=EBS caiu após a leitura dos dados, perdendo 0.09% para os 1,0374 dólares.
A libra GBP=D3 seguia estável nos 1,2439 dólares, após cair 0,54%, na quinta-feira, quando o Bando de Inglaterra baixou as taxas para 4,5% e disse que a economia britânica cresceria apenas 0,75% este ano, metade da previsão anterior.
A libra caiu até aos 1,1% logo após a decisão, mas recuperou algum terreno quando o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, disse, à Bloomberg, que os mercados não deveriam tirar muitas conclusões sobre a mudança de alguns decisores de política que votaram a favor de cortes mais profundos nas taxas.
O dólar subiu 0,15% face ao iene JPY=EBS para os 151,9, após cair abaixo dos 151 ienes pela primeira vez desde 10 de Dezembro no início das negociações asiáticas, com apostas de que o Banco do Japão subirá as taxas mais do que era anteriormente esperado este ano, apoiado pelos dados salariais no início desta semana.
Para além das expectativas de taxas mais elevadas, houve comentários do membro do conselho do Banco do Japão, Naoki Tamura, um dos membros mais aguerridos do conselho, que disse, na quinta-feira, que o banco central deve aumentar as taxas para pelo menos 1% na segunda metade do ano fiscal de 2025.
Entretanto, a promessa do Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, de conter as 'yields' das notas do Tesouro a 10 anos sinalizou que a Fed pode estar fora da linha de visão directa da administração.
Bessent disse, numa entrevista à Fox Business, na quarta-feira, que, embora Trump queira taxas de juro mais baixas, não vai pedir à Fed para as reduzir, e que ele e o Presidente estavam atentamente concentrados na 'yield' do Tesouro a 10 anos.
Acrescentou que os preços mais baixos da energia ajudarão a conter as pressões sobre os preços, enquanto que os cortes nas despesas melhorarão as perspectivas orçamentais.
Texto integral em inglês: nL1N3OY0LP