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Dólar abaixo de R$6 veio para ficar? Analistas estão céticos quanto a isso

Investing.com22 de jan de 2025 às 18:19

Investing.com – Apesar da mudança no câmbio para um dólar abaixo de R$6, analistas de mercado estão céticos de que a moeda brasileira possa apresentar maior apreciação frente à americana, entendendo que a pressão pode ter sido somente adiada.

Com as políticas de Donald Trump em foco, consideradas mais moderadas do que o previsto, o dólar recua mais de 1,5% nesta quarta, cotado a R$5,9275 às 14h53 (de Brasília). A imposição de tarifas comerciais é o principal ponto de atenção, diante das promessas de taxas de importação – mas a falta de medidas concretas nesse primeiro momento fez com que a moeda americana recuasse.

“Não podemos e nem devemos assumir que o real vai se apreciar fortemente nos próximos meses, muito pelo contrário, mas também é evidente que o mercado está considerando seriamente os R$6 como o ponto de gravidade”, ressaltou o economista André Perfeito.

Douglas Ferreira, diretor da mesa de câmbio da Planner Investimentos entende que, para o Brasil, o câmbio foi beneficiado pela percepção “de que neste momento, as operações comerciais não estão no radar do governo americano”.

O mercado deve aguardar possíveis anúncios de Trump adiados para fevereiro, segundo Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset Management, o que pode levar o dólar para acima de R$6 novamente. Ainda que a perspectiva da economista não seja de que a moeda americana possa passar de R$6,30, a tendência seria de retomada da valorização frente ao real.

“Mesmo que tenha tido essa melhora agora nesse comecinho de ano, a perspectiva para a moeda ainda não é das melhores, porque a gente teve essa acomodação por conta, primeiro, do adiamento do anúncio das tarifas e porque Trump agora está falando que vai colocar tarifas em 10% sobre a China e não mais 60%, como ele havia falado lá atrás”, explica Kawauti.

Trump vem adotando um discurso protecionista para a economia americana, com ameaça ainda de possível taxação de produtos de países que fazem parte do Brics, caso o grupo adote uma moeda para transações comerciais em substituição ao dólar. A União Europeia também está na mira das taxações.

Como a medida é considerada inflacionária, pois tarifas muito elevadas tendem a fazer com que os preços ao consumidor subam nos EUA, haveria menos espaço para que o Federal Reserve (Fed) reduza as taxas de juros, o que levaria o dólar para cima.

“Isso iria incentivar que os investidores levassem parte desse fluxo de capital para apostar em títulos americanos, que com uma taxa alta, possuem uma boa rentabilidade, e este é o produto mais confiável do mundo”, detalha Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting.

As próximas semanas podem ser de muita volatilidade, com o mercado sensível a qualquer movimento que o governo americano faz ou depoimentos de Trump, na opinião de Marinello. “Não vejo uma estabilidade a curto prazo até que essas medidas das práticas internacionais de comércio dos Estados Unidos estejam todas na mesa e bem definidas”.

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Fiscal segue no radar e pode pressionar o câmbio

Os últimos meses foram de pressão no câmbio não somente pelo cenário internacional, mas pela aversão ao risco dos mercados, após medidas fiscais do governo brasileiro consideradas como insuficientes pelos analistas e investidores. Diversos bancos de grande porte, como o Morgan Stanley (NYSE:MS), possuem indicação underperform para os mercados locais e insistem que mais medidas são necessárias para maior sustentabilidade da dívida e melhora do humor dos investidores.

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O cenário fiscal também deve continuar afetando os mercados nos próximos meses, com os investidores digerindo ainda notícias sobre as prioridades da gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Provavelmente a gente não terá daqui para frente nenhuma indicação de maior compromisso do governo com a dívida pública. Então, eu tenho a sensação de que essa melhora do dólar foi muito por conta de ausência de notícias por aqui e do adiamento de notícias ruins lá fora”, completou a economista-chefe da Lifetime.

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