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Resultados da eleição nos EUA colocam mercados emergentes sob pressão

Investing.com6 de nov de 2024 às 13:34

Investing.com — Os resultados das eleições nos EUA têm importantes implicações para os mercados emergentes (MEs), com as tensões comerciais e ajustes cambiais moldando as perspectivas, de acordo com um recente relatório do Bank of America (NYSE:BAC) (BofA).

A possibilidade de uma nova guerra comercial entre EUA e China, especialmente se Trump vencer, é uma grande preocupação.

“A saída de recursos dos fundos de MEs é provável se as preocupações com uma guerra comercial se concretizarem no curto prazo”, disseram os estrategistas do BofA David Hauner e Claudio Piron em nota.

Os estrategistas ressaltam que muitos investidores ainda não se posicionaram de forma clara para um dos cenários, dado o nível “baixo demais” de convicção.

“Nossos clientes nos disseram que estavam operando com níveis muito baixos de risco, mas certamente não estavam preparados para um cenário de guerra comercial”, observaram os estrategistas.

Em vez disso, os investidores focaram em estratégias que envolvem vender o dólar em alta e comprar moedas de MEs em quedas.

As implicações de um cenário de guerra comercial para os fundamentos dos MEs “precisam ser consideradas com seriedade”, afirmam os estrategistas, acrescentando que “mesmo suposições conservadoras sobre tarifas” podem afetar substancialmente as taxas de câmbio de equilíbrio desses mercados.

Isso é especialmente relevante para a Europa e o norte da Ásia, onde o espaço fiscal limitado reduz as opções de estímulo econômico. Para países fiscalmente vulneráveis, como o Brasil, um dólar mais forte e taxas de juros crescentes podem impor novas pressões.

O dólar poderia registrar “uma alta adicional” em relação às moedas dos MEs, observou a equipe do BofA, adicionando pressão às taxas de juros e spreads da dívida externa.

“Mercados especialmente abertos ao comércio podem ter desempenho inferior,” escreveram os estrategistas. “As taxas podem eventualmente cair conforme o impacto no crescimento prevalece sobre a transmissão cambial, mas ainda é cedo para prever uma inversão da alta.”

Ainda assim, o BofA vê oportunidades futuras em mercados com credibilidade fiscal e inflacionária sólida, onde cortes nas taxas podem ser benéficos à medida que os desafios de crescimento superam as pressões cambiais.

Na Ásia, muito depende da resposta da China. Espera-se que os formuladores de políticas priorizem a estabilidade cambial, especialmente se o USD/CNH ultrapassar 7,30. O BofA alerta, porém, que “esse conflito de políticas pode colocar pressão negativa sobre uma alta nas ações, a menos que o estímulo fiscal seja robusto.”

A resposta da China às possíveis tarifas deverá definir o tom para outras economias asiáticas, influenciando suas políticas cambiais e comerciais.

Para economias menores e abertas da Ásia, uma política protecionista dos EUA traria desafios em duas frentes: volumes comerciais reduzidos e pressão inflacionária causada pelas tarifas americanas. Isso poderia interromper ciclos de corte de juros em países como Coreia, Indonésia e Tailândia. Ironicamente, as tarifas americanas poderiam induzir desinflação na Ásia, pois a China deslocaria exportações para outros MEs, gerando “maior tensão monetária à medida que os bancos centrais asiáticos sentiriam a necessidade de cortar taxas com a queda nas exportações e na inflação, enquanto o dólar se mantém forte.”

De modo geral, o BofA projeta que moedas do nordeste asiático, como o yuan, o won e o dólar taiwanês, terão desempenho inferior em relação às de seus pares do sudeste asiático. Uma exceção é o dólar de Singapura, que se manteve forte devido à credibilidade de políticas e ao fluxo de investimentos, mas poderia enfraquecer caso o protecionismo global persista.

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