
NOVA YORK, 18 Dez (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries caíam nesta quinta-feira, depois que dados mostraram que os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram no mês passado menos do que os economistas previam em uma base anual, mesmo com as lacunas de dados devido à paralisação do governo federal levantando questões sobre a precisão da divulgação.
O índice de preços ao consumidor subiu 2,7% em novembro na base anual, enquanto o núcleo teve alta de 2,6%. Os economistas consultados pela Reuters esperavam um altas respectivamente de 3,1% e 3,0%.
"É difícil argumentar que isso não seja nada além de um apoio à visão de que a inflação está desaparecendo", disse Jan Nevruzi, estrategista de juros dos EUA da TD Securities. "Concordo plenamente que, em comparação com um mês normal, essa é certamente uma divulgação menos simples de ser avaliada pelo seu valor nominal, mas dados são dados."
"Até que algo mais apareça, como os dados de dezembro mais tarde, para mostrar a alternativa, no geral é uma divulgação bastante 'dovish'", disse Nevruzi.
Preocupações sobre lacunas de dados fizeram com que os operadores ficassem cautelosos em adotar uma visão muito forte sobre a política monetária futura do Fed com base nas divulgações desta semana.
O governo também pulou a divulgação da inflação de outubro, pois não conseguiu coletar os dados necessários durante a paralisação de 43 dias.
O rendimento da nota de 2 anos US2YT=RR, que normalmente acompanha as expectativas da taxa de juros do Federal Reserve, caía 3,8 pontos-base no dia, para 3,447%, depois de atingir 3,433%, o menor valor desde 17 de outubro.
O rendimento dos Treasuries de referência de 10 anos US10YT=RR perdia 3,5 pontos-base, para 4,116%, o menor valor desde 11 de dezembro.
A curva de rendimento entre as taxas de dois e 10 anos US2US10=TWEB se achatou em cerca de um ponto-base, para 66 pontos.
Um Fed bastante dividido cortou a taxa de juros na semana passada, mas sinalizou que é improvável que os custos dos empréstimos caiam ainda mais no curto prazo, já que aguarda clareza sobre a direção de um mercado de trabalho que mostra sinais de abrandamento, uma inflação que "permanece um pouco elevada" e uma economia que ele vê ganhando força no próximo ano.
Os operadores de juros futuros estão precificando apenas 26% de chance de um corte nos juros na reunião do Fed de 27 e 28 de janeiro, e uma chance de mais de 50% de um corte está agora precificada para 17 e 18 de março.
(Reportagem de Karen Brettell)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS CMO