
NOVA YORK, 16 Dez (Reuters) - Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA caíam nesta tarde de terça-feira, com as taxas de dez anos reduzindo a queda vista mais cedo, à medida que os investidores atribuíram um aumento inesperado na taxa de desemprego no mês passado a possíveis distorções relacionadas à paralisação do governo.
Às 12h26 o rendimento do Treasury de dois anos US2YT=RR--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha queda de 2 pontos-base, a 3,483%. Já o retorno do título de dez anos US10YT=RR --referência global para decisões de investimento-- caía 2 pontos-base, a 4,161%.
O retorno do papel de 30 anos US30YT=RR recuava 1 ponto-base, a 4,837%.
Os empregadores norte-americanos criaram 64.000 vagas de emprego em novembro, superando as expectativas dos economistas, que previam um aumento de 50.000 postos de trabalho. A taxa de desemprego subiu para 4,6%. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto que a taxa permaneceria inalterada em 4,4%.
"Não acho que possamos obter muitos sinais hoje", disse Will Compernolle, estrategista macro da FHN Financial em Chicago.
"O mais importante, eu diria, é o aumento da taxa de desemprego para 4,6%. Mas mesmo assim, se você olhar o relatório do BLS, eles têm uma nota técnica que diz que, por uma série de razões, a margem de erro para novembro é maior", disse Compernolle.
O relatório payroll de novembro, divulgado com atraso, e uma atualização parcial de outubro, publicados nesta terça-feira pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês), também não incluíram a taxa de desemprego e outras métricas de outubro, após a paralisação do governo por 43 dias ter impedido a coleta de dados das famílias.
“Parece que o mercado de trabalho ainda está esfriando gradualmente, em vez de mostrar uma aceleração na deterioração. Portanto, não acho que esses dados, no geral, alterem nossa compreensão de como a economia está se saindo ou como o Fed reagirá a ela”, disse Compernolle.
Na semana passada, o Federal Reserve, bastante dividido, cortou a taxa de juros, mas sinalizou que é improvável que ela caia ainda mais no curto prazo, enquanto aguarda clareza sobre a direção de um mercado de trabalho que mostra sinais de enfraquecimento, uma inflação que "permanece um tanto elevada" e uma economia que, segundo suas previsões, ganhará impulso no próximo ano.
Os operadores de contratos futuros estão precificando uma probabilidade de apenas 27% de um corte na taxa de juros na reunião do Fed de 27 a 28 de janeiro, sendo o próximo corte provavelmente em abril.
Outros dados divulgados nesta terça-feira mostraram que as vendas no varejo dos EUA permaneceram inesperadamente estáveis em outubro, embora o consumo pareça ter se mantido em uma base sólida no início do quarto trimestre.
(Reportagem de Karen Brettell)
((Tradução Redação São Paulo))
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