
Por Libby George
LONDRES, 25 Nov (Reuters) - Os países devem agir agora para evitar que a desaceleração do crescimento populacional cause estragos em suas perspectivas econômicas de longo prazo, afirmou o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento em um relatório anual nesta terça-feira.
O relatório afirma que o envelhecimento da população já começou a prejudicar o crescimento econômico em algumas nações - e que, na Europa emergente, a queda na proporção de pessoas em idade ativa deverá reduzir a expansão anual do PIB per capita em uma média de quase 0,4 ponto percentual por ano entre 2024 e 2050.
"Já hoje, a demografia está corroendo o crescimento dos padrões de vida e será um obstáculo para o crescimento do PIB no futuro", disse à Reuters a economista-chefe do banco, Beata Javorcik.
Segundo ela, os países pós-comunistas "estão envelhecendo antes de enriquecer", com idade média de 37 anos no momento em que o PIB médio per capita atinge US$10.000. Esse foi um quarto do valor registrado quando a idade média atingiu esse nível nas economias avançadas na década de 1990.
O relatório apontou uma série de fatores que impulsionam a queda na taxa de natalidade, desde mudanças nas normas sociais até a redução dos ganhos na carreira das mulheres por terem um bebê.
Mas, embora quase todas as nações do banco de desenvolvimento tenham pelo menos alguns incentivos para aumentar a taxa de natalidade, Javorcik disse que essas medidas não produziram uma mudança significativa e sustentada em nenhum país.
A migração no nível necessário para neutralizar a queda de nascimentos não é politicamente palatável na maioria dos lugares, segundo o relatório, e a maioria dos cidadãos é "ambivalente" em relação ao aumento do uso de IA para melhorar a produtividade.
A maior alavanca, segundo Javorcik, são as pessoas que trabalham por mais tempo - o que também exigiria algum retreinamento e, possivelmente, mudanças nos esquemas de aposentadoria.
"O que precisamos é ter uma conversa adulta com os eleitores sobre a situação atual, porque as pessoas tendem a subestimar o significado das tendências demográficas", disse ela.
"Precisamos informar – em especial – os eleitores mais jovens, porque são eles que vão carregar o peso dos regimes de previdência por repartição".
(Reportagem de Libby George)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS CMO