Bessent diz que linguagem mostra que Fed está "preso ao passado"

WASHINGTON, 30 Out (Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, aplaudiu nesta quinta-feira a decisão do Federal Reserve de cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, mas disse que os comentários que lançam dúvidas sobre outro corte este ano mostram que a banco central precisa de uma grande reformulação.

Bessent disse ao programa "Mornings with Maria", do Fox Business Channel, que realizará uma segunda rodada de entrevistas com candidatos para substituir o chair do Fed, Jerome Powell, no início de dezembro, permitindo que o presidente Donald Trump escolha um substituto até o Natal.

O objetivo, segundo ele, é encontrar um novo líder para o banco central dos EUA que reformule toda a instituição.

"A decisão do Federal Reserve de ontem - a decisão de cortar os juros em 25 pontos-base, eu aplaudo, mas a linguagem que a acompanhou me diz que esse Fed está preso ao passado. Suas estimativas de inflação têm sido terríveis até agora neste ano", disse ele. "Seus modelos estão quebrados."

Bessent disse que não consegue entender porque o Fed está sinalizando que não quer cortar os juros em sua reunião de dezembro, dizendo que as estimativas do Produto Interno Bruto e da inflação estão "consistentemente erradas".

"Vamos encontrar um líder que vai reformular toda a instituição em termos de processo e funcionamento interno", disse ele.

Powell disse a repórteres na quarta-feira que uma divisão dentro do banco central dos EUA e a falta de dados do governo federal podem colocar outro corte na taxa de juros fora de alcance este ano.

Na quarta-feira, o Fed cortou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, conforme esperado, como uma forma de atenuar qualquer enfraquecimento adicional do mercado de trabalho.

Mas o comunicado incluiu várias referências à falta de dados oficiais durante a paralisação do governo federal. Powell disse que as autoridades provavelmente se tornarão mais cautelosas se isso os privar de mais relatórios sobre emprego e inflação.

(Reportagem de Andrea Shalal e David Lawder)

((Tradução Redação São Paulo))

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