
Por Rozanna Latiff e Danial Azhar
KUALA LUMPUR, 27 Out (Reuters) - A China pressionou nesta segunda-feira por laços econômicos mais fortes e um comércio mais aberto em uma cúpula regional na Malásia, dominada pela sombra das tarifas dos Estados Unidos, após eventos com a presença do presidente dos EUA, Donald Trump.
Em uma série de acordos em sua primeira parada durante uma turnê de cinco dias pela Ásia, Trump supervisionou a assinatura no domingo de um pacto de cessar-fogo ampliado entre o Camboja e a Tailândia e quatro acordos comerciais regionais.
Segundo a Casa Branca, nenhum desses acordos reduziu as altas tarifas impostas pelos EUA ao Camboja, Malásia, Tailândia e Vietnã, embora tenham deixado espaço para algumas isenções.
"Nossa mensagem para os países do Sudeste Asiático é que os Estados Unidos estão 100% com vocês e pretendemos ser um parceiro forte por muitas gerações", disse Trump no dia em que os negociadores norte-americanos e chineses concordaram com uma pausa nas tarifas em sua guerra comercial.
Enquanto Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, viajaram para o Japão, autoridades da China e os líderes do Brasil, do Canadá, do Conselho Europeu e do bloco de 11 países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) trabalharão para solidificar as parcerias econômicas e elaborar pactos comerciais.
Com duas autoridades norte-americanas de baixo escalão permanecendo na cúpula após a saída de Rubio, a expectativa é de que as autoridades chinesas pressionem por barreiras menores de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio, ao mesmo tempo em que buscam reforçar os laços regionais.
Em uma reunião dos membros da Asean com China, Japão e Coreia do Sul, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, pediu que todas as partes defendam o livre comércio e se oponham ao protecionismo, uma frase que a China usou para chamar a atenção para as tarifas de Trump.
"Devemos proteger totalmente a paz e a estabilidade duramente conquistadas no Leste Asiático", disse Qiang em um resumo das falas da mídia estatal.
Ele pediu aos países que "defendam o livre comércio e o sistema comercial multilateral, se oponham a todas as formas de protecionismo e avancem continuamente na integração econômica regional".
A Parceria Econômica Regional Abrangente, apoiada pela China e composta por 10 países da Asean, também pediu esforços comerciais mais amplos e a adição mais rápida de novos membros em sua primeira cúpula desde 2020.
O maior bloco comercial do mundo, a parceria abrange cerca de 30% do Produto Interno Bruto global e é apontada por alguns analistas como uma possível proteção contra as tarifas dos EUA.
(Reportagem de Rozanna Latiff, Xinghui Kok e Danial Azhar)
((Tradução Redação São Paulo))
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