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Preocupação com custo de vida assombra norte-americanos antes de eleições de meio de mandato, mostra pesquisa Reuters/Ipsos

Reuters24 de out de 2025 às 15:01

Por Jason Lange e James Oliphant

- Os norte-americanos estão preocupados com o custo de produtos e serviços básicos, incluindo assistência médica, alimentação, moradia e energia, revelou uma pesquisa da Reuters/Ipsos, sugerindo que isso pode ser crucial nas eleições de meio de mandato do ano que vem, que determinarão o controle do Congresso.

Preocupações com o acesso a produtos e serviços nos EUA ajudaram a impulsionar a eleição do presidente republicano Donald Trump em 2024. No entanto, dez meses após sua posse, os eleitores continuam enfrentando altos preços de produtos básicos do dia a dia -- e estão em busca de alívio.

Cerca de 40% dos entrevistados na pesquisa de seis dias, encerrada na segunda-feira, disseram que as posições dos candidatos em relação ao custo de vida seriam o fator mais importante em seu voto no próximo ano. Outros 28% disseram que a principal questão seria a proteção da democracia e das normas democráticas, enquanto 14% citaram a imigração e 9%, a criminalidade.

“O custo de vida parece estar na mente do público, independentemente da orientação partidária”, disse John Geer, especialista em opinião pública da Universidade Vanderbilt que analisou a pesquisa.

Candidatos democratas em disputas este ano para cargos de alto escalão em Nova Jersey, Virgínia e Nova York estão se concentrando nas preocupações com a acessibilidade financeira antes da eleição de 4 de novembro. Se vencerem, isso poderá fornecer ao partido um modelo para o próximo ano, embora analistas rotineiramente recomendem não se tirar conclusões sobre as eleições nacionais a partir dessas disputas regionais.

O controle da Câmara dos EUA, onde os republicanos atualmente detêm uma maioria de 219-213 parlamentares, estará em disputa nas eleições de meio de mandato do próximo ano. Normalmente, o partido do presidente perde cadeiras em uma disputa de meio de mandato.

Também haverá eleições para 33 das 100 cadeiras do Senado dos EUA no próximo ano, embora analistas apartidários apontem a possibilidade de os republicanos manterem sua pequena maioria neste caso.

O custo de vida também foi uma das principais preocupações de 44% dos eleitores independentes, que desempenham um papel decisivo nas eleições dos EUA.

“A principal prioridade deles é o custo de vida, e muito”, disse Geer. A segunda prioridade dos independentes era proteger as normas democráticas, que 22% citaram como sua principal preocupação.

SAÚDE É MAIOR PREOCUPAÇÃO

A pesquisa mostrou que a saúde é a despesa que os norte-americanos querem que os membros do Congresso abordem. Cerca de 31% disseram que os parlamentares precisam priorizar os custos da saúde, em comparação com 22% que citaram moradia e outros 22% que destacaram a alimentação.

O Congresso está travando uma disputa por financiamento que resultou na segunda maior paralisação do governo na história dos EUA, ainda em andamento. Os democratas do Senado bloquearam medidas para financiar as operações do governo, exigindo que os republicanos concordem em estender os créditos fiscais previstos na Lei de Assistência Médica Acessível -- conhecida popularmente como "Obamacare" -- e outras medidas corretivas para o sistema de saúde.

A KFF, uma organização apartidária de pesquisas e notícias sobre políticas de saúde, projetou que a não extensão dos créditos resultará na duplicação dos prêmios para a grande maioria dos 24 milhões de norte-americanos que utilizam bolsas de seguros. O grupo também estimou que os custos para trabalhadores com planos de saúde oferecidos pelo empregador aumentaram 6% este ano e previu uma elevação ainda maior em 2026.

O presidente-executivo da KFF, Drew Altman, disse que os norte-americanos consideram os custos de saúde no contexto do orçamento familiar, e não como uma questão separada. Ele afirmou que os democratas têm uma vantagem natural sobre o assunto com os eleitores e podem tentar explorá-la mesmo que a disputa pela Lei de Assistência Médica Acessível seja resolvida.

(Reportagem de Jason Lange e James Oliphant, reportagem adicional de Nolan D. McCaskill)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS FDC

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