Por Andrea Shalal e Doina Chiacu
WASHINGTON, 24 Set (Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta quarta-feira que entrevistará muitos candidatos na próxima semana para substituir Jerome Powell como chair do Federal Reserve, com o objetivo de concluir a primeira rodada de entrevistas até a primeira semana de outubro.
Bessent disse ao programa "Mornings with Maria", da Fox Business Network, que ficou surpreso com a força de alguns candidatos, mas não quis citá-los.
Ele disse que está procurando alguém com a mente aberta para dirigir o banco central dos EUA, reiterando as críticas a Powell por não ter reduzido a taxa de juros mais cedo.
Bessent observou que Stephen Miran, uma adição recente à diretoria do Fed escolhido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou por um corte de 50 pontos-base nos juros, maior do que o corte de 25 pontos acordado.
Ele disse que estava surpreso com o fato de o Fed não ter esboçado uma meta de redução dos juros até o final do ano em 100 ou 150 pontos-base, dadas as recentes revisões para baixo nos dados de emprego.
Powell disse na terça-feira que o banco central precisa continuar a equilibrar os riscos conflitantes da inflação alta e do enfraquecimento do mercado de trabalho nas próximas decisões sobre a taxa de juros, enquanto outras autoridades apresentaram argumentos de ambos os lados.
Na semana passada, o banco central reduziu sua taxa de referência em 25 pontos. Powell disse que o Fed não estava em "um curso predefinido" para novas reduções.
"Essas reuniões devem ser uma discussão. Você deve ir para elas com a mente aberta", disse Bessent. "Não muito diferente da ONU, temos visto muitos erros, muita rigidez, e é bom ter sangue novo nisso."
Ele disse que planeja uma segunda rodada de entrevistas antes de apresentar a Trump uma lista de três ou quatro candidatos muito fortes.
"Todos me perguntam o que procuro quando entrevisto possíveis chairs do Federal Reserve, e é apenas alguém com a mente aberta, que não esteja olhando pelo retrovisor, que esteja olhando para frente", disse Bessent.
As recentes revisões nos dados de emprego foram preocupantes, disse Bessent, acrescentando: "Com essas revisões, sabemos que algo estava errado nos bastidores".
((Tradução Redação São Paulo))
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