
Por Howard Schneider
WASHINGTON, 22 Set (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de St Louis, Alberto Musalem, disse nesta segunda-feira que defendeu o corte da taxa de juros na reunião do banco central norte-americano da semana passada como uma medida de precaução para proteger o mercado de trabalho, mas afirmou que pode haver "espaço limitado" para novas reduções dada a inflação acima da meta de 2% do Fed.
"Defendi a redução de 25 pontos-base na taxa básica de juros pelo Fomc na semana passada como uma medida de precaução com o objetivo de apoiar o mercado de trabalho em pleno emprego e contra um enfraquecimento ainda maior", disse Musalem em comentários preparados para serem apresentados na Brookings Institution, em Washington.
"No entanto, acredito que há espaço limitado para mais afrouxamento sem que a política monetária se torne excessivamente acomodatícia, e devemos agir com cautela."
Musalem vota sobre a política monetária neste ano e disse que ainda acha que o risco de uma inflação mais persistente acima da meta do Fed significa que a taxa de juros referencial precisa permanecer alta o suficiente para compensar o risco de aumento dos preços.
Os consumidores ainda estão gastando, o crescimento desacelerou mas continua próximo da tendência, e outros fatores, como condições financeiras frouxas, sustentam a atividade econômica, disse ele.
As tarifas estão aumentando a inflação e, embora o impacto tenha sido menor do que o esperado, o efeito total pode não ser sentido por mais alguns meses, à medida que as empresas ajustam os preços, acrescentou ele.
"A política monetária deve continuar a se inclinar contra a persistência de uma inflação acima da meta", disse Musalem. Embora possa haver riscos para a taxa de desemprego, a menos que eles comecem a se materializar, "enfatizar demais o mercado de trabalho... pode fazer mais mal do que bem".
Na semana passada, as autoridades do Fed se mostraram divididas quanto à necessidade de novos cortes na taxa de juros este ano. Embora a projeção mediana seja de mais duas reduções de 25 pontos até o final de 2025, sete membros veem a manutenção como apropriada.
(Reportagem de Howard Schneider)
((Tradução Redação São Paulo))
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