
Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK, 2 Set (Reuters) - O rendimento do Treasury de 30 anos subiu para seu maior nível desde meados de julho nesta terça-feira, em linha com os avanços nos mercados de títulos da Europa, já que os investidores temem que os governos das principais economias do mundo estejam perdendo o controle sobre seus déficits fiscais.
O retorno do papel de 30 anos US30YT=RR avançava 6 pontos-base, a 4,979%, depois de atingir anteriormente 4,999%, o maior valor em cerca de um mês e meio.
O rendimento do Treasury de dez anos US10YT=RR --referência global para decisões de investimento-- subia 6 pontos-base, a 4,281%.
O aumento dos rendimentos de prazo mais longo estava em linha com outros mercados de títulos importantes, como na União Europeia e no Reino Unido.
Os investidores vendiam a dívida do Reino Unido um dia depois que o primeiro-ministro Keir Starmer reformulou sua principal equipe de assessores, transferindo o vice da ministra das Finanças, Rachel Reeves, para Downing Street, a fim de coordenar melhor a execução em todo o governo.
"Estamos observando déficits e dívidas pendentes que foram acionados fora dos EUA", disse Jim Barnes, diretor de renda fixa da Bryn Mawr Trust.
"Quando penso no Reino Unido, na França e assim por diante, acho que isso apenas traz de volta à tona os déficits aqui nos EUA, a dívida pendente e o possível impacto inflacionário das tarifas - todos os fatores que estão elevando os rendimentos em nível global."
A dívida federal dos EUA é de US$37,18 trilhões, de acordo com o Departamento do Tesouro. Ela continuou crescendo sob governos republicanos e democratas, pois o Congresso continua autorizando o governo federal a gastar mais dinheiro do que recebe.
O rendimento do Treasury de dois anos US2YT=RR--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha alta de 3 pontos-base, a 3,656%.
A diferença entre os rendimentos dos Treasuries de dez e dois anos US2US10=RR --vista como um indicador de expectativas econômicas-- estava em 62,3 pontos-base.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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