TREASURIES-Curva de juros se inclina com tentativa de Trump de demitir diretora do Fed

Por Karen Brettell

NOVA YORK, 26 Ago (Reuters) - A curva de rendimento dos Treasuries se inclinava nesta terça-feira uma vez que a tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de demitir a diretora do Federal Reserve, Lisa Cook, levantou preocupações sobre a independência do Fed e a perspectiva de uma composição potencialmente mais "dovish" no banco central dos EUA.

Na segunda-feira, Trump demitiu Cook devido a alegações de impropriedade em empréstimos hipotecários. Cook respondeu que Trump não tem autoridade para demiti-la do banco central e que ela não irá renunciar.

A curva de rendimentos se acentuou com a notícia, com as taxas de prazos mais longos subindo, enquanto os de prazos mais curtos caíam.

"Isso não significa necessariamente que você terá custos de empréstimo mais baixos na economia real", disse Zachary Griffiths, chefe de grau de investimento e estratégia macro da CreditSights. "Temos várias situações e exemplos do que poderia ser extrapolado para ser uma tendência de longo prazo de uma curva mais acentuada nos Treasuries se a independência do Fed for de fato afetada."

Um Fed influenciado politicamente e que mantenha os juros mais baixos do que o normal pode ampliar as preocupações com o aumento da inflação e reduzir a demanda externa pela dívida devido a temores com a credibilidade.

O rendimento da nota de 2 anos US2YT=RR, que normalmente acompanha as expectativas da taxa de juros, caía 2,4 pontos-base no dia, para 3,706%.

O rendimento das notas de referência de 10 anos dos EUA US10YT=RR subia 1,2 ponto-base, para 4,287%.

A curva de rendimento entre os Treasuries de dois anos e de 10 anos US2US10=TWEB estava em 58 pontos-base, depois de alcançar mais cedo 59,8 pontos-base, o nível mais acentuado desde 16 de julho.

O movimento ocorre no momento em que os investidores aumentam as apostas de que o Fed reduzirá os juros em sua reunião de 16 e 17 de setembro, após comentários mais "dovish" do chair do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira, do que o esperado.

Qualquer possível corte pode depender dos dados de emprego e inflação de agosto que serão divulgados antes da reunião de setembro.

((Tradução Redação São Paulo))

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