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CONSOLIDA-Autoridades do Fed hesitam em cortar juros em setembro, enquanto mercados aguardam falas de Powell

Reuters21 de ago de 2025 às 19:49

Por Michael S. Derby e Howard Schneider

- Três autoridades do Federal Reserve tiveram reações mornas nesta quinta-feira com relação à ideia de um corte na taxa de juros no próximo mês, enquanto investidores se preparavam para o discurso do chefe do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, na conferência anual de Jackson Hole.

"Eu entro em todas as reuniões com a mente aberta", afirmou a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, em uma entrevista ao Yahoo Finance à margem da conferência. "Mas com os dados que tenho agora e com as informações que tenho, se a reunião fosse amanhã, eu não veria um caso para reduzir a taxa de juros", disse.

"Acho que estamos em uma situação muito boa e acho que realmente precisamos ter dados muito definitivos para mudar essa política monetária agora", disse o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, em entrevista à CNBC.

Em uma aparição pública separada, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que ainda tem um corte na taxa de juros previsto para este ano, mas acrescentou que qualquer previsão é cercada de incertezas e que não está "preso a nada".

As três autoridades do Fed falaram antes do aguardado discurso de Powell na sexta-feira, que investidores esperam que ofereça pistas sólidas sobre se o banco central norte-americano planeja cortar os juros em sua reunião de 16 e 17 de setembro.

Os mercados financeiros estão apostando que o Fed reduzirá sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual na reunião do próximo mês, e é possível que Powell de facto envie esse sinal.

Dados inesperadamente fracos sobre contratações em julho, juntamente com grandes revisões para baixo das contratações em maio e junho, reforçaram as esperanças de uma próxima redução nos custos de empréstimos. Atualmente, operadores colocam uma probabilidade de 70% em um corte de 0,25 ponto percentual no próximo mês na taxa básica do Fed, atualmente fixada na faixa de 4,25% a 4,50%.

Embora seja amplamente esperado que as tarifas aumentem os preços, esse efeito está apenas começando a ser visto nos dados. Há um debate ativo dentro do Fed sobre se qualquer salto na inflação será um golpe isolado que pode ser ignorado pelos formuladores de políticas ou se será o resultado de algo mais persistente.

"Minha maior preocupação é que a inflação tem estado muito alta nos últimos quatro anos e, no momento, está tendendo para a direção errada", disse a presidente do Federal Reserve de Cleveland.

Ela acrescentou que as empresas têm tentado adiar os aumentos de preços relacionados às tarifas, mas essa tendência não pode continuar por muito tempo. Ela disse ainda que o impacto total das tarifas não será conhecido até o próximo ano.

Economistas do Fed de Atlanta disseram em um relatório divulgado nesta quinta-feira que encontraram "evidências do potencial das tarifas para desencadear outro surto de inflação alta", em parte porque mesmo as empresas que não estão expostas aos custos das tarifas estão esperando pressões mais fortes sobre os preços.

Schmid destacou em sua entrevista que, com a inflação bem acima da meta do Fed, as autoridades precisam levar em conta como a redução dos juros agora pode influenciar as expectativas do público. "Acho que temos que ter cuidado com o que a redução dos juros faria com a mentalidade sobre inflação", disse ele.

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS VB

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