Por Karen Brettell
15 Ago (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries subiam nesta sexta-feira e os retornos da nota de referência de dez anos atingiram o maior nível em duas semanas, conforme investidores reduziram as apostas de que o Federal Reserve fará um corte maior do que o normal na taxa de juros no próximo mês, e eram elevados para cima por altas nos rendimentos dos títulos do governo europeu.
É dado como certo que o Fed irá cortar a taxa de juros em setembro, já que o mercado de trabalho e outros indicadores econômicos apontam para uma economia em desaceleração. Até o momento, as tarifas não repercutiram na inflação ao consumidor, o que aumenta as chances de um corte no próximo mês.
No entanto, a inflação dos preços ao produtor mais forte do que o esperado na quinta-feira atenuou as expectativas de que o banco central dos EUA realizará um movimento 50 pontos-base.
O chair do Fed, Jerome Powell, expressou relutância em cortar os juros já que prevê que as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentarão a inflação no verão norte-americano.
Investidores vão focar se Powell irá se opor à precificação do mercado no simpósio anual de política econômica do banco central dos EUA em Jackson Hole, Wyoming, na próxima semana.
"A curva de juros continua a se inclinar. Acho que isso é uma função do corte do Fed que ocorrerá em setembro", disse Tom di Galoma, diretor administrativo do Mischler Financial Group.
"Não acho que eles farão 50 (pontos-base) em setembro, acho que 25 (pontos-base) é provavelmente mais lógico neste momento, dado o fato de que Powell parece estar relutante em fazer qualquer coisa."
O rendimento da nota de dois anos US2YT=RR, que normalmente acompanha as expectativas da taxa de juros do Fed, subia 2 pontos-base, para 3,759%.
O retorno do Treasury de referência de dez anos US10YT=RR avançava 3,5 pontos-base, para 4,328%.
Enquanto isso, a curva de juros se acentuou em cerca de 2 pontos-base, com o spread entre os rendimentos de dois e dez anos US2US10=TWEB em 56,7 pontos-base.
Os rendimentos de prazos mais longos estão sendo puxados para cima, em linha com as altas nos rendimentos dos títulos do governo europeu.
Os rendimentos alemães de dez anos DE10YT=RR atingiram 2,793% nesta sexta-feira, o maior nível desde 26 de março. Os rendimentos alemães de 30 anos DE30YT=RR atingiram 3,361%, o patamar mais alto desde 2011.
((Tradução Redação Brasília))
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