13 Ago (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, disse nesta quarta-feira que o banco central dos Estados Unidos está lidando com o entendimento sobre se as tarifas aumentarão a inflação apenas temporariamente ou de forma mais persistente, o que informará sua decisão sobre quando cortar a taxa de juros.
"Ao entrarmos no outono (norte-americano), essas serão algumas reuniões ao vivo e teremos que descobrir isso", disse Goolsbee à Câmara de Comércio da Grande Springfield. "A coisa mais difícil que um banco central tem de fazer é tentar acertar o momento certo quando há momentos de transição."
Goolsbee disse que não está confiante em presumir que as tarifas serão apenas um choque único para a inflação e quer ver mais dados, incluindo os dados de preços no atacado que serão divulgados esta semana e os dados de inflação no próximo mês, antes de chegar a uma opinião sobre a necessidade de um corte de juros.
O Departamento do Trabalho dos EUA revisou para baixo suas estimativas anteriores de crescimento de empregos em maio e junho e relatou um ganho de empregos menor do que o esperado em julho. O presidente norte-americano, Donald Trump, chamou os dados de manipulados e demitiu a autoridade encarregada de produzi-los.
Goolsbee afirmou que não se deve dar muita importância à desaceleração do crescimento do emprego, pois isso pode refletir a queda acentuada da imigração. Ele disse que dá mais importância a dados como a taxa de desemprego, que, em 4,2%, é historicamente baixa.
"Acho que a situação do mercado de trabalho é muito forte, muito sólida", disse Goolsbee.
Dados desta semana mostraram que os preços ao consumidor aumentaram 0,2% em julho, em uma base mensal, uma redução em relação aos 0,3% registrados no mês anterior. Goolsbee disse que tomou nota do aumento da inflação de serviços, que não está diretamente relacionada às tarifas, e que ficará preocupado se os próximos dados continuarem a mostrar uma ampliação das pressões sobre os preços.
(Por Ann Saphir)
((Tradução Redação Brasília))
REUTERS VB