Trump demite chefe de estatística após relatório de emprego mais fraco do que o esperado

WASHINGTON, 1 Ago (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta sexta-feira que a comissária do Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS) do Departamento do Trabalho, Erika McEntarfer, fosse demitida depois que os dados mostraram um crescimento de empregos mais fraco do que o esperado em julho e fortes revisões para baixo nas contagens de empregos dos dois meses anteriores.

McEntarfer foi indicada pelo ex-presidente Joe Biden para ocupar o cargo em 2023 e foi confirmada pelo Senado dos EUA no ano seguinte. Trump alegou que McEntarfer teria manipulado os números de empregos.

"Precisamos de números precisos sobre empregos. Orientei minha equipe a demitir essa indicada política de Biden, IMEDIATAMENTE. Ela será substituída por alguém muito mais competente e qualificado", disse Trump em uma publicação no Truth Social.

Não há evidências que corroborem as alegações de Trump sobre a manipulação de dados pelo BLS, o órgão estatístico que compila o relatório de emprego, que é acompanhado de perto, bem como os dados de preços ao consumidor e ao produtor.

O BLS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

William Wiatrowski, o comissário adjunto, atuará como comissário interino.

A ordem de demissão de McEntarfer ocorre em um momento em que as demissões de funcionários do governo federal pelo governo Trump têm levantado preocupações sobre a qualidade dos dados econômicos dos EUA, há muito tempo vistos como o padrão ouro.

No início deste ano, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, dissolveu dois comitês de especialistas que trabalhavam com o governo para produzir estatísticas econômicas. Lutnick também lançou a ideia de retirar os gastos do governo do relatório do Produto Interno Bruto, alegando que "historicamente, os governos têm bagunçado o PIB".

O BLS já reduziu a coleta de dados para os dados de preços ao consumidor, bem como o relatório de preços ao produtor.

Economistas atribuíram a desaceleração acentuada do crescimento do emprego às políticas comerciais e de imigração de Trump. A economia criou apenas 73.000 empregos em julho. Os dados de maio e junho foram revisados bruscamente para baixo, mostrando 258.000 empregos criados a menos do que havia sido informado anteriormente.

(Reportagem de Jasper Ward)

((Tradução Redação Brasília))

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