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Desvio de produtos chineses destinados aos EUA reduziria inflação da zona do euro, diz blog do BCE

Reuters30 de jul de 2025 às 12:29

- Um grande fluxo de comércio chinês para fora dos Estados Unidos provavelmente reduziria a inflação da zona do euro no próximo ano, quando o crescimento dos preços já está definido para ficar abaixo da meta de 2%, disse uma publicação no blog do Banco Central Europeu na quarta-feira.

A China está negociando um acordo comercial com os EUA e aumentou a pressão sobre Pequim para que aceite tarifas mais altas depois que Washington fechou acordos com a União Europeia, o Japão e Reino Unido.

Se essas negociações fracassarem e as tarifas dos EUA sobre os produtos chineses subirem para uma taxa efetiva de cerca de 135%, conforme ameaçado pelo governo Trump, a China provavelmente venderia grande parte de seu excedente de produtos na zona do euro, aumentando a oferta e reduzindo a inflação em até 0,15% no próximo ano e, em menor grau, em 2027, disse o blog do BCE.

Embora os economistas não vejam esse cenário como o resultado mais provável, essa redução de preços seria problemática, uma vez que já se espera que a inflação da zona do euro caia para 1,6% no próximo ano e esse desvio de comércio levantaria o espectro de uma subestimação mais persistente, forçando potencialmente o BCE a cortar as taxas de juros.

"Levará algum tempo para que os preços ao consumidor caiam", argumentou o blog. "Os preços ao consumidor de bens industriais não energéticos tendem a responder com o impacto mais forte se materializando de um a um ano e meio após o choque inicial", disse o blog.

Nesse cenário "severo", as importações da zona do euro provenientes da China poderiam aumentar em até 10%, resultando em um excesso de oferta de bens equivalente a 1,3% do consumo geral de bens, disse o blog, que não é necessariamente a opinião do BCE.

Para que o mercado absorva esse excesso de oferta, os preços gerais das importações precisariam cair 1,6% e a inflação dos produtos industriais não energéticos poderia cair até 0,5 ponto percentual em 2026, segundo o blog.

(Reportagem de Balazs Koranyi)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS ES

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