Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA IORQUE, 15 Jul (Reuters) - Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiam nesta terça-feira, com as taxas de 30 anos atingindo máximas de cinco semanas, depois que dados mostraram que a inflação na maior economia do mundo acelerou em junho, sugerindo que o Federal Reserve provavelmente permanecerá cauteloso ao retomar o corte das taxas de juros neste ano.
O rendimento de referência a 10 anos US10YT=RR subia 5,2 pontos-base nesta tarde, para 4,479%, em comparação com 4,413% antes dos dados de inflação, subindo por quatro dias consecutivos. Anteriormente, atingiu uma máxima de 4,487%, seu nível mais forte desde 11 de junho.
O rendimento do título de 30 anos US30YT=RR atingiu um pico de cinco semanas, de 5,022%. A taxa de 5% era um nível técnico fundamental e, quando ele foi atingido, abriu espaço para mais vendas em títulos de 30 anos, disseram analistas.
Já os rendimentos dos títulos de dois anos, que acompanham as expectativas de taxas de juros, também subiam, atingindo 3,961%, o maior nível desde 20 de junho.
Os dados desta terça-feira mostraram que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC, na sigla em inglês) subiu 0,3% no mês passado, após alta de 0,1% em maio. O aumento de junho foi o maior desde janeiro. Nos 12 meses até junho, o IPC subiu 2,7%, após alta de 2,4% em maio.
Economistas consultados pela Reuters previram que o IPC subiria 0,3% e aumentaria 2,6% na comparação anual.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o IPC subiu 0,2% em junho, após alta de 0,1% no mês anterior. Nos 12 meses até junho, a inflação subjacente do IPC aumentou 2,9%, após alta de 2,8% por três meses consecutivos.
"O presidente do Fed, (Jerome) Powell, tem sido bastante inflexível em relação a algumas coisas, incluindo o fato de que a inflação está chegando. Isso pode não ter aparecido materialmente neste relatório", disse Jim Barnes, diretor de renda fixa do Bryn Mawr Trust em Berwyn, Pensilvânia.
"Mas você sabe, ele afirmou que isso está chegando e que eles precisam passar por este verão para ver onde os preços mais altos -- em que parte da cadeia de produtos -- entrarão. Até lá, acho que, até vocês deixarem esses dois meses para trás e realmente verem o que o futuro reserva, terão mais clareza sobre como será a situação do corte de juros neste ano."
Os futuros dos Fed Funds, que estão vinculados à política monetária, precificaram cerca de 49 pontos-base de flexibilização até o final do ano, ou cerca de dois cortes de juros de 25 pontos-base cada, de acordo com estimativas da LSEG.
(Reportagem de Gertrude Chavez-Dreyfuss)
((Tradução Redação São Paulo))
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