Por Michael S. Derby
NOVA YORK, 10 Jul (Reuters) - O diretor do Federal Reserve Christopher Waller disse nesta quinta-feira que o banco central dos Estados Unidos ainda tem algum caminho a percorrer na redução do tamanho de suas reservas, ao mesmo tempo em que reiterou que ainda há argumentos para justificar um corte da taxa de juros do banco central no final deste mês.
Dado o nível provável de reservas bancárias que o sistema financeiro precisa para estar em níveis "amplos", Waller disse que o Fed provavelmente pode permitir que os títulos que possui vençam e não sejam substituídos "por algum tempo, reduzindo os saldos das reservas". Seus comentários foram feitos em um evento realizado pelo Fed de Dallas.
Diante de um balanço patrimonial atualmente em US$6,7 trilhões, com US$3,3 trilhões em reservas bancárias, Waller disse que o esforço contínuo para reduzir as participações pode ter um alvo visível em vista.
Waller disse que um balanço patrimonial "hipotético" do Fed pode ser de US$5,8 trilhões, com US$2,7 trilhões em reservas e US$780 bilhões na conta do Departamento do Tesouro no banco central. Ele destacou que a turbulência do mercado monetário no outono do hemisfério norte de 2019 sugere que uma queda nas reservas para menos de 8% do Produto Interno Bruto é um problema, de modo que essa métrica ajudou a indicar sua estimativa aproximada de até que nível as participações gerais do Fed podem precisar cair.
O Fed comprou agressivamente Treasuries e títulos hipotecários de prazos mais longos durante a pandemia de Covid-19 e agora está tentando remover grande parte desse excesso de liquidez, embora não tenha certeza de quanto tempo esse processo, conhecido como aperto quantitativo, pode durar.
No passado, Waller se mostrou cético em relação ao uso do balanço patrimonial do Fed para fornecer estímulos, pois ainda não está claro como as mudanças nas participações do banco central afetam a economia.
JUROS
Waller disse que suas expectativas para a taxa de juros ainda estão em vigor. No que diz respeito à política monetária na economia atual, "estamos muito apertados e poderíamos considerar o corte da taxa de juros em julho", afirmou. "Estou em minoria nessa questão, mas tentei explicar muito claramente, em termos econômicos, por que poderíamos fazer isso. Não é uma questão política".
Com Waller na disputa pela possível sucessão do presidente do Fed, Jerome Powell, e o presidente Donald Trump pressionando o banco central a reduzir as taxas de forma agressiva, a postura "dovish" (que favorece corte de juros) do governador do Fed tem sido motivo de debate entre muitos economistas e observadores do banco central.