FMI diz que lei de impostos e gastos dos EUA é contrária a recomendações de redução do déficit

Por David Lawder

WASHINGTON, 3 Jul (Reuters) - O projeto de lei de impostos e gastos dos Estados Unidos vai contra as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que Washington reduza os déficits fiscais a médio prazo, disse a porta-voz do FMI, Julie Kozack, nesta quinta-feira.

Kozack disse em uma coletiva de imprensa regular que há um amplo consenso de que o projeto de lei republicano aumentará os déficits fiscais dos EUA, enquanto o país precisa iniciar uma consolidação fiscal.

"Do lado do FMI, temos sido consistentes em dizer que os EUA precisarão reduzir seu déficit fiscal ao longo do tempo para colocar a relação entre dívida pública e PIB em uma trajetória decisiva de queda", disse Kozack. "É claro que quanto mais cedo esse processo começar a reduzir o déficit, mais gradual poderá ser a redução do déficit ao longo do tempo."

Kozack disse que há muitas opções de políticas para os EUA reduzirem os déficits e a dívida, acrescentando que "é importante, é claro, criar um consenso dentro dos Estados Unidos sobre como lidar com esses déficits fiscais crônicos."

Nos últimos anos, o FMI tem recomendado que os EUA aumentem os impostos, inclusive sobre as pessoas de renda média, para fechar os déficits fiscais. A proposta tributária estende cortes de impostos de 2017 e acrescenta novas isenções fiscais para muitos norte-americanos.

Kozack disse que o FMI está examinando os detalhes da medida e o provável impacto sobre a economia, e incorporará sua análise na atualização das previsões de crescimento global do seu relatório Perspectiva Econômica Global no final de julho.

((Tradução Redação Brasília))

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