Fed está bem posicionado para aguardar efeitos de tarifas, diz Barr

26 Jun (Reuters) - As tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, provavelmente aumentarão a inflação e também poderão elevar o desemprego, disse o diretor do Federal Reserve Michael Barr nesta quinta-feira, em comentários que sinalizaram que ele -- assim como a maioria de seus pares do Fed -- quer esperar por mais clareza antes de fazer qualquer corte na taxa de juros.

"As famílias de baixa renda não têm condições de arcar com os aumentos de preços, e é por isso que é tão importante reduzirmos a inflação de volta à nossa meta", disse Barr em um evento de desenvolvimento comunitário no Fed de Cleveland.

O Fed tem como meta uma inflação de 2% e, embora a leitura mais recente da medida visada pelo Fed tenha sido de 2,1%, analistas profissionais esperam que um relatório do governo, a ser divulgado na sexta-feira, mostre que houve uma alta em maio, com expectativa de mais aumentos nos próximos meses, à medida que as empresas repassarem as altas de custos decorrentes de tarifas aos consumidores.

Barr disse esperar que tarifas impulsionem a inflação. As famílias esperam que a inflação aumente acentuadamente no curto prazo, de acordo com as pesquisas; Barr disse que isso, juntamente com os ajustes na cadeia de suprimentos e os efeitos de segunda ordem, pode causar "alguma persistência da inflação".

"Ao mesmo tempo, as tarifas podem causar a desaceleração da economia e o aumento do desemprego", disse ele, sendo que os trabalhadores de baixa renda costumam ser os mais atingidos quando o mercado de trabalho enfraquece. A taxa de desemprego é de 4,2% e, embora as demissões em massa tenham sido baixas, as contratações também têm sido lentas. Isso significa que, como disse o chair do Fed, Jerome Powell, esta semana, se as empresas começarem a dispensar trabalhadores, a taxa de desemprego poderá aumentar rapidamente.

"Ainda há uma incerteza considerável sobre as políticas tarifárias e seus efeitos", disse Barr. "A política monetária está bem posicionada para nos permitir esperar e ver como as condições econômicas se desenrolam."

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS VB