Por Michael S. Derby
NOVA YORK, 26 Jun (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, disse nesta quinta-feira que é muito provável que as tarifas aumentem a inflação nos próximos meses, em comentários que afirmaram que a política monetária do banco central norte-americano está onde precisa estar para lidar com o que está por vir.
"Acredito que veremos pressão de preços", disse Barkin em uma reunião da Associação de Economia Empresarial de Nova York.
No que diz respeito às tarifas e seu impacto sobre as pressões dos preços, "até o momento, esses aumentos tiveram apenas efeitos modestos sobre a inflação, mas prevejo que mais pressão está por vir", em meio a comentários de empresas que esperam repassar pelo menos parte do aumento das taxas de importação imposto pelo presidente Donald Trump.
"Dito isso, não espero que o impacto sobre a inflação seja nem de longe tão significativo quanto o que acabamos de vivenciar" durante a pandemia da Covid-19 e há sinais de que os consumidores tentarão se afastar dos produtos tarifados, o que poderia limitar uma inflação mais alta.
Na semana passada, na reunião do Fed, as autoridades mantiveram sua taxa básica entre 4,25% e 4,5%. A incerteza em relação às perspectivas está mantendo o banco central em espera, em meio às expectativas de que as tarifas aumentarão a inflação neste ano e, ao mesmo tempo, desacelerarão o crescimento.
Em seus comentários, Barkin observou que o Fed está enfrentando riscos em seus mandatos de emprego e inflação. Citando a incerteza das perspectivas, Barkin se recusou a dizer para onde a política monetária está indo, ao mesmo tempo em que alertou que há uma série de cenários em jogo para a política de juros do banco central e que o momento exato de um movimento na taxa básica importa muito menos do que muitos esperam.
Mercados futuros de juros acreditam que o Fed reduzirá a taxa básica na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto. Barkin disse a repórteres, após seu discurso, que formuladores de política monetária nunca devem deixar de lado qualquer ação, acrescentando que ainda está buscando dados para saber o que fazer com a política de juros.
"Dada a força da economia atual, temos tempo para acompanhar os acontecimentos com paciência e permitir que a visibilidade melhore", disse ele, acrescentando que "quando isso acontecer, estaremos bem posicionados para lidar com o que a economia exigir".
Barkin também afirmou que, dada a tendência de arrefecimento da inflação no início do regime tarifário, o aumento dos juros para conter as pressões sobre os preços "não parece ser o assunto do dia".
Ele disse que, na situação atual da economia, as coisas parecem muito boas e que os dados recentes sobre a inflação foram "encorajadores". Ele disse que o crescimento do emprego tem sido "saudável".
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))
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