Tarifas e o déficit comercial dos EUA: para onde estamos indo?

Investing.com - De acordo com uma nova análise do Deutsche Bank desta semana, o governo Trump "chocou o sistema comercial global ao recorrer a políticas comerciais não vistas desde a Grande Depressão."

Embora a sabedoria convencional sustente que as tarifas pioram os desequilíbrios comerciais, o Deutsche Bank argumenta que o oposto pode ocorrer, pelo menos temporariamente.

"Contrariando a sabedoria convencional, elas poderiam realmente reduzir o déficit em certa medida", escreveram os analistas.

Eles citam uma retaliação estrangeira surpreendentemente moderada e a depreciação do dólar como dinâmicas-chave. "As tarifas de Trump levaram à depreciação do dólar em vez da valorização que normalmente acompanha as tarifas."

Ainda assim, qualquer benefício para a balança comercial pode vir a um alto custo econômico, segundo o banco.

"A política tarifária tem um custo substancial em termos de aumento de preços e redução da produção, que devem aparecer nos próximos meses e potencialmente durar por anos", alertou a instituição.

As raízes do persistente déficit comercial estariam em desequilíbrios macroeconômicos mais amplos.

O Deutsche Bank aponta para "um dólar sobrevalorizado, refletindo os efeitos combinados de um déficit orçamentário americano persistentemente grande e taxas de poupança mais altas no exterior". A estratégia de crescimento da China, liderada pelas exportações, também desempenhou um papel significativo.

Embora o relatório delineie uma alternativa mais sustentável e menos dolorosa para reduzir o déficit, o Deutsche Bank observa que ela "pode ser politicamente inviável por enquanto".

No entanto, à medida que os custos econômicos aumentam, o banco espera "pressão popular crescente para reverter a atual abordagem focada em tarifas, conforme seus impactos econômicos negativos se tornem mais evidentes nos próximos meses."

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