BERLIM, 15 Mai (Reuters) - O investimento estrangeiro direto (IED) na Europa caiu pelo segundo ano consecutivo em 2024, atingindo O nível mais baixo nos últimos nove anos, segundo uma pesquisa realizada pelo grupo de serviços profissionais EY.
O IED na Europa caiu 5% no ano passado, com a Alemanha registrando uma queda de 17% nos projetos devido à contínua instabilidade econômica e política, embora tenha registrado um aumento de 35% no número de empregos.
As empresas pesquisadas citaram a economia lenta, preços de energia persistentemente altos e o ambiente geopolítico como os três principais riscos que afetam suas decisões de investimento.
O número de projetos anunciados por investidores dos EUA na Europa diminuiu 11% em comparação com 2023 e 24% ante 2022, devido à melhoria das condições econômicas nos EUA, que competem com a Europa por investimentos.
Enquanto isso, as tendências de investimento na Europa destacam uma mudança crescente em direção aos fluxos de capital intraeuropeus. A pesquisa mostrou que, desde 2015, a parcela de investimentos originários da Europa aumentou em 5 pontos percentuais.
"Mais de 60% de nossos investimentos vêm da Europa para a Europa", disse à Reuters Julie Teigland, sócia-gerente da área EMEIA da EY, observando que o IED dos EUA representa apenas 18%.
"A Europa precisa se preparar e fazer sua lição de casa", disse Teigland. "Isso significa menos foco na regulamentação e mais foco no aumento da competitividade."
As tarifas dos EUA tornam improvável uma recuperação imediata do IED na Europa. Cerca de 37% dos investidores consultados no início de 2025 adiaram, cancelaram ou reduziram seus planos de investimento na Europa.
No entanto, 61% dos executivos pesquisados acreditam que a atratividade da Europa melhorará nos próximos três anos.
Embora esse número represente uma queda de 14 pontos percentuais em comparação com a pesquisa do ano passado, ele continua alto e está alinhado com os níveis observados em 2021 e 2022, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Se os europeus sabem que investem na Europa e que isso produzirá bons retornos, isso deve ser visto como uma oportunidade", disse Teigland.
(Reportagem de Maria Martinez)
((Tradução Redação São Paulo))
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