MADRID, 13 Mai (Reuters) - A incerteza é o novo normal para os bancos centrais dada a volatilidade das políticas dos Estados Unidos, mas o Banco Central Europeu ainda deve levar a inflação de volta à sua meta de 2%, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, nesta quarta-feira.
O BCE não atinge sua meta há mais de uma década, primeiro ficando abaixo dela apesar dos fortes esquemas de estímulo destinados a aumentar os preços, depois indo acima com o salto da inflação pós-pandemia.
"Há uma boa probabilidade de que estejamos chegando perto de nossa meta de 2%", disse Nagel em uma palestra em Madri.
A inflação manteve-se em 2,2% no mês passado e algumas autoridades até mesmo a veem caindo abaixo de 2% nos próximos meses, uma vez que o euro forte, os custos mais baixos de energia e a fraqueza do crescimento econômico estão todos pesando sobre os preços.
Nagel, no entanto, não chegou a defender nenhum movimento, mesmo que alguns de seus pares estejam discutindo explicitamente um maior afrouxamento monetário, o sétimo corte nos juros pelo BCE em 13 meses, enquanto outros defendem manutenção.
Ele disse que, mesmo que as tensões comerciais diminuam, a volatilidade pode persistir e o BCE tem que definir a política monetária aceitando isso.
"Acredito que essa incerteza... é o novo normal", disse Nagel. "E temos que lidar mais ou menos com isso. Temos que fazer o que pudermos para gerenciar essa incerteza."
(Reportagem de Jesús Aguado)
((Tradução Redação São Paulo))
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