TREASURIES-Rendimentos sobem com inflação e tarifas dos EUA no centro das atenções

Por Tatiana Bautzer

NOVA YORK, 13 Mai (Reuters) - Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiam nesta terça-feira, em meio às apostas de que o Federal Reserve levará tempo para retomar seu ciclo de corte de juros, em um dia marcado pelos dados de inflação dos EUA em abril.

O rendimento do Treasury de referência de dez anos US10YT=TWEB subia 2,2 pontos-base, para 4,479%, após cair inicialmente depois que o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou seu índice de preços ao consumidor de abril.

O retorno da nota de dois anos US2YT=TWEB, que normalmente acompanha a perspectiva da taxa de juros, estava quase estável em 4,006%.

Embora os números tenham mostrado um impacto imediato limitado dos fortes aumentos tarifários do governo Trump anunciados no mês passado, os preços de certas mercadorias, como móveis e produtos de áudio e vídeo, subiram devido às taxas de importação, segundo os dados.

O índice de preços ao consumidor aumentou 0,2% no mês passado, depois de cair 0,1% em março, a primeira queda desde maio de 2020. Economistas consultados pela Reuters previram que o índice aumentaria 0,3%. Nos 12 meses até abril, o índice subiu 2,3%, depois de aumentar 2,4% nos 12 meses até março.

O núcleo da inflação medido pelo índice subiu 2,8% em uma base anual em abril, depois de ter aumentado 2,8% em março.

Analistas ainda esperam que a inflação suba nos próximos meses.

"Alguns dos aspectos positivos que contribuíram para um índice de preços ao consumidor mais baixo em abril não parecem sustentáveis, como a queda nos preços dos veículos usados", disse Andy Schneider, economista sênior dos EUA do BNP Paribas.

A pressão inflacionária persistirá mesmo com o acordo entre os EUA e a China feito no fim de semana mostrando que ambos os países querem evitar uma guerra comercial. "As tarifas ainda serão significativamente mais altas do que eram em janeiro", acrescentou Schneider.

Os mercados estimam que o Federal Reserve não reduzirá os juros até mais tarde no ano, potencialmente duas vezes em 2025. O primeiro corte de 25 pontos-base é esperado em sua reunião de setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Enquanto isso, a curva de juros, medida pelo spread entre os rendimentos de dois e dez anos US2US10=TWEB, estava em 46,9 pontos-base.

((Tradução Redação Brasília))

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