TREASURIES-Rendimentos caem antes de negociações comerciais com a China

Por Gertrude Chavez-Dreyfuss

NOVA YORK, 9 Mai (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries recuavam nesta sexta-feira, com um volume de negócios menor do que o normal e tendência indefinida conforme investidores aguardam negociações tarifárias entre o governo Trump e a China previstas para o fim de semana em Genebra.

Havia um pouco de cobertura de posições vendidas nos títulos, após um movimento de venda na quinta-feira que levou os rendimentos aos maiores patamares em várias semanas, em meio ao anúncio de um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido, o primeiro entendimento desse tipo desde que o presidente Donald Trump impôs tarifas mundiais em 2 de abril.

O acordo provocou uma recuperação das ações dos EUA e do dólar, ao mesmo tempo em que empurrou os preços dos Treasuries para baixo e os rendimentos para cima, com investidores buscando assumir mais riscos.

Trump disse que mais acordos devem seguir o pacto comercial com o Reino Unido.

Antes das negociações com a China, Trump disse na sexta-feira que uma tarifa de 80% sobre os produtos chineses "parece correta", fazendo sua primeira sugestão de uma alternativa específica às taxas de 145% que ele impôs à China.

Os futuros das ações dos EUA caíram brevemente após as notícias de Trump, enquanto o rendimento de 10 anos caiu. Os comentários do presidente dos EUA não coincidiram com especulação anterior, relatada pela Bloomberg, de que o secretário do Tesouro Scott Bessent, que está chefiando a delegação dos EUA, e seu grupo estabeleceram uma meta de redução das tarifas para abaixo de 60% como primeiro passo.

Mike Venuto, cofundador e diretor de investimentos do Tidal Financial Group em Nova York, não estava otimista com as negociações com a China.

"Isso levará mais tempo do que queremos. Eu esperaria mais incertezas, porque os acordos comerciais, mesmo quando se tem bons parceiros que estão trabalhando de boa fé, levam um ano para serem resolvidos", disse ele.

"O que vimos até agora é simplesmente simbólico. Há muita madeira para ser cortada. As pessoas estão apenas procurando por qualquer boa notícia que seja mais ou menos sustentável."

Nas negociações do final da manhã, o rendimento de referência de 10 anos US10YT=RR caía 1,8 ponto-base (bps) para 4,355%. Na quinta-feira, após o acordo comercial com o Reino Unido, o rendimento atingiu o maior nível em duas semanas.

Os rendimentos de 30 anos dos EUA, por sua vez, pouco se alteravam, a 4,828% US30YT=RR.

Na parte frontal da curva, o rendimento de dois anos US2YT=RR, que reflete as expectativas para a taxa de juros, caía 5,2 bps, para 3,845%. Ele atingiu um pico de três semanas na quinta-feira.

Após o acordo comercial com o Reino Unido, o mercado futuro de fundos federais de referência reduziu as chances de um corte na taxa na reunião de política monetária de 29 e 30 de julho para 62%, de cerca de 70% na quarta-feira, de acordo com cálculos do LSEG. Ele também vê cerca de 71 pontos-base de flexibilização este ano, ante 82 pontos-base na quarta-feira.