TREASURIES-Preços caem com otimismo por acordo comercial entre EUA e Reino Unido

Por Gertrude Chavez-Dreyfuss

NOVA YORK, 8 Mai (Reuters) - Os Treasuries recuavam nesta quinta-feira, elevando os rendimentos, em meio ao otimismo em torno de um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido, que pode servir de modelo para outros acordos tarifários.

Fatores técnicos que levam a um leilão de títulos de 30 anos mais tarde na sessão também pesaram sobre os preços dos Treasuries.

Os EUA e o Reino Unido anunciaram simultaneamente nesta quinta-feira um acordo para reduzir as tarifas de alguns produtos, o primeiro acordo desse tipo desde que o presidente Donald Trump desencadeou uma guerra comercial global com a imposição de tarifas de importação em todo o mundo.

O acordo inclui concessões sobre carros, aço, carne bovina e etanol, entre outros, que gerarão US$6 bilhões para os Estados Unidos em receita tarifária e US$5 bilhões em novas oportunidades de exportação. Ao mesmo tempo, o Reino Unido deu aos EUA acesso aos mercados agrícolas, com o acordo criando uma zona de comércio de alumínio e aço e garantindo a cadeia de suprimentos farmacêuticos.

O secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que o Reino Unido também comprará US$10 bilhões em aviões da Boeing.

O rendimento do Treasury de referência de 10 anos US10YT=RR subia 4,7 pontos-base, para 4,319%. A taxa de dois anos US2YT=RR, que reflete as expectativas da taxa de juros, avançava 5 pontos-base, para 3,843%.

"Acho que há otimismo quanto ao fato de que esse pode ser um modelo para outros acordos futuros; entretanto, esse não é o acordo comercial que mudará radicalmente a reação da economia dos EUA", disse Will Compernolle, estrategista macro da FHN Financial.

"Na minha opinião, esse é um dos acordos mais fáceis de fazer. O Reino Unido realmente depende dos EUA. Os EUA também têm um superávit comercial e o que o Reino Unido exporta são serviços que nem sequer são impactados pelas tarifas."

O anúncio foi feito um dia depois de o Federal Reserve deixar a taxa de juros inalterada, como esperado, mas observou que o risco de aumento da inflação e do desemprego havia aumentado.

((Tradução Redação São Paulo))

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