Investing.com — Donald Trump intensificou suas tarifas contra a China—elevando as taxas para até 145%—com o objetivo de encurralar Pequim. Mas até agora, a estratégia parece estar falhando, levantando a questão: a China realmente precisa dos Estados Unidos tanto quanto Trump pensa?
"A equipe de Trump presumiu que o choque tarifário faria Xi ligar para a Casa Branca em pânico para fechar um acordo. No entanto, nenhuma ligação chegou a Washington", afirmou a Yardeni Research em um relatório.
Em vez disso, Pequim contatou Tóquio, Seul e outras capitais asiáticas, acelerando os esforços de diversificação comercial que começaram durante o primeiro mandato de Trump.
William Pesek, editor colaborador da Yardeni Research, argumenta que a China reduziu sua dependência do consumidor americano e está apostando que a dor do desacoplamento será maior para os Estados Unidos.
"O maior erro de cálculo do Trump 2.0 pode ser subestimar a arma secreta da China: uma economia que tem dependido cada vez menos do consumidor americano para atingir suas metas de crescimento real do PIB de 5% ao ano", escreve ele.
Apenas 14,7% das exportações chinesas foram para os EUA até o final de 2024, uma queda em relação aos 19,2% em 2018.
A capacidade da China de suportar pressão econômica também deriva de sua estrutura política. O conceito chinês de "chiku", ou engolir amarguras, dá a Xi Jinping uma vantagem que os líderes americanos não têm.
Diferentemente dos políticos ocidentais, Xi não enfrenta eleições ou pesquisas de opinião confiáveis. Essa tolerância às dificuldades, aperfeiçoada durante os rígidos lockdowns da COVID-19, agora está sendo canalizada para retratar a China como vítima da agressão americana.
Em resposta às tarifas, Pequim mantém ferramentas políticas significativas. O Banco Popular da China poderia cortar taxas de juros, lançar uma forma de flexibilização quantitativa ou direcionar liquidez diretamente às famílias.
Pequim também ainda não implantou todo seu "bazooka" de estímulo, que poderia incluir um pacote de vários trilhões de iuanes para estabilizar o mercado imobiliário e impulsionar a demanda do consumidor.
Para a China, a diversificação comercial já está dando resultados. Em 2024, o bloco ASEAN havia superado os EUA como o principal parceiro comercial da China.
A China também se tornou o maior parceiro comercial de 60 países, aproximadamente o dobro dos EUA, segundo o Instituto Lowy. Enquanto isso, a dependência de Washington de produtos fabricados na China permanece alta—mesmo quando roteados por países como o Vietnã.
"O mundo de Trump está aprendendo da maneira mais difícil que a China tem um profundo arsenal de estratégias que pode usar para esperar o fim da guerra comercial", afirma o relatório da Yardeni. A questão pode não ser mais se a China precisa dos EUA, mas se os EUA podem se dar ao luxo de testar o quão pouco a China precisa deles.
"Nosso ponto é simplesmente que a confiança de Trump de que ele pode desestabilizar a economia da China com algo tão pouco original como impostos de importação está prestes a enfrentar um choque de realidade", conclui a empresa.
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