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Trump luta para explicar dados econômicos fracos dos EUA após 100 dias de governo

Reuters30 de abr de 2025 às 22:57

Por Trevor Hunnicutt

- O presidente dos EUA, Donald Trump, recomendou paciência, atribuiu culpas e reivindicou vitória nesta quarta-feira, mesmo diante da contração econômica do primeiro trimestre e das tarifas que atingiram sua popularidade, dizendo que um ressurgimento estava próximo.

Os dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA nesta quarta-feira apontaram para o primeiro declínio trimestral em três anos, com as empresas importando produtos para evitar custos mais altos devido às tarifas de Trump.

Alguns economistas, porém, apontaram os gastos robustos do consumidor e o investimento privado como sinais de que o crescimento pode se recuperar em breve.

Trump e seus assessores tiveram dificuldades para chegar a um consenso sobre o número do PIB, dizendo simultaneamente que ele era ruim em razão das políticas do governo Biden, mas também bom por conta dos esforços de Trump.

"Vocês provavelmente viram alguns números hoje, e tenho que começar dizendo que é Biden", disse Trump aos repórteres, sem dar mais detalhes ao se referir ao seu antecessor democrata.

Em seguida, ele afirmou que o número se devia a "distorções" nas importações, nos estoques e nos gastos do governo, componentes que entram no cálculo do PIB. Ele também comemorou um aumento no investimento empresarial que alguns economistas atribuem a gastos relacionados a tarifas.

"Tínhamos números que, apesar do que nos foi dado, nós os revertemos e estávamos realmente os revertendo", disse Trump durante uma reunião de gabinete de duas horas, transmitida ao vivo.

Anteriormente, o assessor comercial de Trump, Peter Navarro, havia afirmado que "este foi o melhor resultado negativo, como dizem no setor, do PIB, que já vi na minha vida". "Deveria ser uma notícia muito positiva para os Estados Unidos."

Navarro também desconsiderou o número do PIB, dizendo que ele caiu porque as empresas estavam comprando produtos do exterior para se antecipar às tarifas, uma ideia que entrava em conflito com a afirmação de Trump nas redes sociais de que as taxas não tiveram nenhum papel no declínio dos mercados de ações.

As diferentes explicações surgiram quando Trump ultrapassou o marco simbólico de 100 dias no cargo, e as pesquisas mostraram crescente descontentamento público com a forma como o republicano conduz a economia.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada no domingo mostrou que 42% dos entrevistados aprovam o desempenho de Trump no cargo e 53% desaprovam. A taxa de aprovação era de 47% nas horas seguintes à sua posse, em 20 de janeiro.

A parcela de entrevistados que aprovam a gestão econômica de Trump caiu um ponto percentual, para 36%, em relação à semana anterior, o nível mais baixo em seu mandato atual ou mesmo considerando sua presidência de 2017-2021. A desaprovação aumentou 5 pontos, para 56%.

MEDO DE RECESSÃO

Os temores de uma recessão aumentaram nas últimas semanas, com Trump lançando uma guerra comercial global e elevando as tarifas a tal ponto que economistas alertam que o comércio com alguns países -- principalmente a China -- pode quase parar. As medidas abalaram investidores e empresas.

Alguns economistas do setor privado atribuíram a crise do primeiro trimestre a Trump, e não ao ex-presidente Joe Biden, já que o PIB cresceu a uma taxa anualizada de cerca de 2,9% ao trimestre, em média, durante a segunda metade da presidência de Biden. E alguns veem o cenário agora pronto para uma recessão.

"Isso não vai se reverter devido às propriedades internas da economia", disse Joseph Brusuelas, economista-chefe da consultoria RSM US LLP. "Tudo isso é induzido por políticas, então, a menos que as tarifas sejam rapidamente revertidas, será tarde demais para evitar uma recessão econômica."

Ele acrescentou: "Estaremos falando sobre uma recessão que começará por volta de meados do ano."

Os democratas foram rápidos em aproveitar a incerteza econômica e colocar a culpa diretamente em Trump.

"Esta não é a economia de Joe Biden, Donald, é a sua economia", disse nesta quarta-feira o líder da minoria na Câmara dos Representantes dos EUA, Hakeem Jeffries, ao lado de outros parlamentares democratas. "É a economia de Trump, é uma economia falida, e o povo americano sabe disso."

Na quarta-feira, Trump culpou Biden pela queda do mercado de ações nas redes sociais, mas depois disse que não estava nem recebendo crédito nem "descrédito" pelo desempenho do mercado.

Durante a longa reunião de gabinete, vários assessores de Trump se revezaram para elogiar as políticas econômicas do presidente.

"As famílias americanas estão recuperando sua estabilidade financeira", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, acrescentando que Trump iria tornar o país uma superpotência em inteligência artificial e manufatura.

Bessent também afirmou que o país estava enfrentando taxas de hipoteca, custos de alimentos e preços de energia mais baixos.

As taxas de referência de hipotecas de 30 anos são praticamente as mesmas de quando Trump venceu a eleição, em novembro, enquanto os preços dos alimentos estão subindo a uma taxa anualizada de 3% e os preços de energia estão caindo na mesma taxa, de acordo com o Bureau of Labor Statistics dos EUA.

(Reportagem de Trevor Hunnicutt; reportagem adicional de Bo Erickson, Michael S. Derby, Lucia Mutikani, Doina Chiacu e Susan Heavey)

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075)) REUTERS FC FDC

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