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UPS corta 20.000 empregos e GM adia reunião de investidores enquanto as tarifas de Trump criam caos corporativo

Reuters29 de abr de 2025 às 14:07

Por Christoph Steitz e Marie Mannes e Kalea Hall

- A General Motors, a Kraft Heinz e a Electrolux se juntaram nesta terça-feira à diversificada lista de empresas que retiraram suas previsões para 2025 ou reduziram suas perspectivas, já que a guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está causando um arrepio no mundo corporativo.

A GM também adiou sua reunião com investidores para quinta-feira aguardando possíveis mudanças na política tarifária, enquanto a gigante das entregas UPS disse que cortará 20.000 empregos para reduzir os custos em uma economia incerta e na expectativa de volumes fracos de seu maior cliente, a Amazon AMZN.O.

A enxurrada de notícias negativas é mais uma evidência de que a política comercial caótica está causando um grande impacto nas empresas, forçando muitas delas a cortar gastos, interrompendo as cadeias de oferta e dificultando o planejamento para além do prazo imediato.

Os consumidores também estão gastando menos, pois a imposição de tarifas por Trump, seguida pela suspensão ou reversão de algumas tarifas, cria incertezas, aumentando os temores de uma forte desaceleração econômica nos Estados Unidos e em outros países.

"Acreditamos que o impacto futuro das tarifas pode ser significativo", disse o diretor financeiro da GM GM.N, Paul Jacobson, em uma coletiva de imprensa depois que a montadora norte-americana retirou sua previsão para o ano. "Estamos dizendo às pessoas para não confiarem na orientação anterior, e vamos atualizá-la quando tivermos mais informações sobre tarifas."

As ações mundiais e o dólar subiam nesta terça-feira depois que Washington disse que planeja reduzir o impacto de algumas tarifas sobre automóveis, mas os mercados estão longe de recuperar as grandes perdas sofridas depois que as taxas foram definidas em 2 de abril.

Cerca de 40 empresas em todo o mundo retiraram ou reduziram sua orientação futura nas duas primeiras semanas da temporada de balanços do primeiro trimestre, segundo uma análise da Reuters.

A GM e a Volvo Cars abandonaram suas perspectivas nesta terça-feira, juntando-se à companhia aérea norte-americana Delta DAL.N, à fabricante de aparelhos de informática Logitech LOGN.S e à gigante de bebidas Diageo DGE.L.

Enquanto isso, a fabricante de ketchup Kraft Heinz KHC.O reduziu sua previsão anual, a operadora de hotéis Hilton HLT.N cortou sua perspectiva de crescimento de receita para 2025 e a Porsche e a Electrolux reduziram suas perspectivas para o ano inteiro.

"Não há dúvida de que a incerteza em torno do que exatamente poderia acontecer com a demanda é a mais alta que já vimos", disse Ryan Detrick, estrategista-chefe de mercado do Carson Group, prevendo que mais empresas suspenderão ou retirarão suas orientações.

A fabricante alemã de carros esportivos Porsche AG P911_p.DE disse que sofreu um impacto de pelo menos 100 milhões de euros em abril e maio como resultado das tarifas de importação dos EUA.

"Há muita volatilidade, muitas informações chegando, algumas confiáveis, outras não", disse o diretor financeiro Jochen Breckner, alertando que a Porsche terá que repassar os custos das tarifas aos clientes por meio de aumentos de preços, pelo menos em parte.

As tarifas devem aumentar os preços dos carros nos EUA em milhares de dólares, reduzindo a demanda e aumentando a pressão sobre uma indústria automobilística que já está lutando com uma transição lenta para veículos elétricos.

A Porsche não tem produção nos EUA e a Volvo Cars envia da Europa a maioria dos carros que vende nos Estados Unidos, o que significa que estão particularmente expostos à taxa de 25% sobre as importações de carros e ganharão pouco com uma suavização das tarifas.

As ações da Volvo Cars VOLCARb.ST caíram mais de 10% depois que a empresa disse que cortará gastos em cerca de US$1,8 bilhão e reestruturará suas operações nos EUA após uma queda nos lucros do primeiro trimestre.

As estimativas de pelo menos 10 empresas nos EUA e na Europa sobre os prováveis custos associados às tarifas, incluindo as medidas para mitigar o impacto, chegam a um valor acumulado de US$3 bilhões para este ano. Outras forneceram um intervalo provável, destacando o impacto incerto.

O presidente-executivo da Adidas, Bjorn Gulden, disse que "em um mundo normal", sem a incerteza das tarifas, a empresa de roupas esportivas teria aumentado suas previsões de receita e lucro para 2025, após os sólidos resultados trimestrais da semana passada.

Mas "dada a incerteza em torno das negociações entre os EUA e os diferentes países exportadores, não sabemos quais serão as tarifas finais. Portanto, não podemos tomar nenhuma decisão 'final' sobre o que fazer", disse ele nesta terça-feira.

Trump anunciou pesadas tarifas sobre a maioria dos países no início de abril e, desde então, tem alternado entre a retirada de algumas e a ameaça de tarifas adicionais específicas de setores sobre caminhões, produtos farmacêuticos e semicondutores, entre outros.

PREOCUPAÇÕES DOS CONSUMIDORES

O Hilton HLT.N também se tornou nesta terça-feira a primeira operadora de hotéis sediada nos EUA a moderar suas perspectivas, já que os consumidores reduziram seus gastos com viagens.

No alerta mais claro já feito por um grande banco sobre como os efeitos das ações tarifárias de Trump podem prejudicar os credores, o HSBC HSBA.L disse que as consequências da guerra comercial global podem afetar a demanda por empréstimos e a qualidade do crédito.

E, juntando-se a um coro de nomes conhecidos, desde a Nestlé NESN.S e a Unilever ULVR.L até a Chipotle CMG.N, a Electrolux ELUXb.ST culpou a confiança mais fraca do consumidor por uma perspectiva de mercado norte-americano mais baixa, depois de registrar lucro abaixo do esperado no primeiro trimestre.

"A história nos diz que a incerteza prolongada alimentará as decisões de compra dos consumidores", disse o presidente-executivo da cervejaria dinamarquesa Carlsberg CARLb.CO, Jacob Aarup-Andersen, à Reuters.

(Reportagem de Christoph Steitz em Frankfurt, Marie Mannes em Estocolmo, Helen Reid em Londres e Paolo Laudani e Linda Pasquini em Gdansk; reportagem adicional de Sameer Manekar em Bengaluru)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS CMO

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