Investing.com — Analistas do UBS reduziram novamente suas previsões para o crescimento global nos próximos dois anos, citando o impacto das amplas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em nota aos clientes, os analistas liderados por Arend Kapteyn — que já haviam revisado suas previsões para a atividade mundial três vezes nas últimas duas semanas — cortaram suas estimativas em mais 60 pontos-base.
Para 2025, o crescimento global deve desacelerar para 2,5% em comparação com uma perspectiva inicial de 2,9%, seguido por uma desaceleração adicional de 20 pontos-base no próximo ano, previram os analistas.
As projeções para a produção dos EUA este ano também foram revisadas para baixo, de 2% para 1,5%, com base em uma comparação de 12 meses. Em 2026, espera-se que a maior economia do mundo registre 0,8%, em comparação com uma estimativa anterior de 1,8%. A inflação também deve aumentar "acentuadamente" nos EUA, "mas não realmente em outros lugares", porque "praticamente ninguém" retalhou contra as medidas — exceto a China — e a depreciação da moeda contra o dólar americano foi "limitada ou ausente".
No início deste mês, Trump anunciou tarifas punitivas tanto para aliados quanto para adversários, embora desde então tenha pausado parcialmente essas taxas elevadas para muitos países por 90 dias — período durante o qual Washington pretende garantir dezenas de acordos comerciais. A Casa Branca também anunciou isenções temporárias para alguns produtos tecnológicos, como smartphones e computadores.
No entanto, o governo Trump decidiu fazer da China o alvo central de uma guerra comercial cada vez mais intensa, impondo tarifas de até 145% sobre a segunda maior economia do mundo. Pequim respondeu com tarifas de 125% sobre importações americanas.
"Inicialmente, a concentração das tarifas na China estava ajudando a melhorar um pouco nossas previsões de crescimento e inflação, já que a redução nas tarifas recíprocas permitia uma maior substituição de produtos tarifados", escreveram os analistas do UBS. "Mas com o aumento das tarifas sobre a China, a maior parte dessa melhora foi revertida."
Os analistas do UBS estimaram que o valor total em dólares das tarifas atuais, que ainda incluem impostos universais de 10% e taxas de importação separadas sobre itens como alumínio, aço e automóveis, está em US$ 780 bilhões.
Ainda assim, os estrategistas alertaram que há "incerteza substancial em torno de todos esses números", acrescentando que "a própria incerteza é difícil de modelar."
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