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China quer parceria com UE para combater "abuso" dos EUA, diz embaixador chinês na Espanha

Reuters16 de abr de 2025 às 11:22

Por David Latona

- A China quer lidar com a União Europeia como parceira e não como rival, disse o embaixador chinês na Espanha, em meio a mudanças geopolíticas e à nova política comercial dos Estados Unidos, que ele descreveu como abuso econômico unilateral.

Yao Jing disse à Reuters que a estratégia da UE para 2019, que definiu a China como seu "parceiro para cooperação, concorrente econômico e rival sistêmico", faz pouco sentido, já que ambos defendiam mercados abertos e comércio baseado em regras.

"Devemos nos concentrar na parceria. A China nunca será uma ameaça ou qualquer tipo de inimigo para a UE", disse Yao, elogiando a abordagem multilateral do bloco em relação às relações exteriores, em oposição à agenda isolacionista do presidente dos EUA, Donald Trump.

Na semana passada, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, se reuniu com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim. A visita foi amplamente vista como uma tentativa de estreitar os laços econômicos e políticos entre a China e a Europa em meio às consequências das tarifas de Trump.

Pouco antes da viagem de Sánchez, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que se aproximar do país asiático seria "cortar sua própria garganta", um comentário rejeitado por Madri.

Yao disse que ficou chocado com as observações de Bessent, acrescentando que os EUA "de fato cortam a garganta de todos" com suas tarifas unilaterais.

"E é por isso que a China é firmemente contra esse tipo de abuso econômico por parte dos Estados Unidos", disse ele.

"PORTA ABERTA"

Yao disse que a Europa deveria abandonar seus controles de exportação sobre certos produtos de alta tecnologia, incluindo semicondutores, bem como tarifas sobre veículos elétricos chineses (VEs) e limitações para empresas chinesas como Huawei ou ZTE para acessar a rede 5G da Europa.

Pequim, por sua vez, vem abrindo setores como telecomunicações, bancos ou manufatura para investimentos estrangeiros, disse ele.

Yao disse que o déficit comercial da UE com a China, de cerca de US$345 bilhões no ano passado, não poderia desaparecer da noite para o dia devido a questões estruturais, mas esperava um progresso gradual.

"Deixamos bem claro que a China abrirá suas portas com o passar do tempo, e essa porta nunca será fechada. Estamos prontos para abrir nosso mercado para outros membros da UE, como acabamos de fazer com a Espanha", disse ele.

Os dois países concordaram na sexta-feira em permitir o acesso do mercado chinês ao estômago de porco espanhol -- um produto amplamente consumido na China, mas não autorizado anteriormente. Alguns analistas viram isso como um sinal de que Pequim poderia aliviar sua investigação antidumping sobre a carne suína da UE, lançada no ano passado em retaliação às tarifas da UE sobre os veículos elétricos chineses.

Yao disse que a investigação estava em andamento, mas que havia uma disposição para resolver as diferenças por meio de negociações.

(Reportagem de David Latona)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS ES

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