NOVA YORK, 27 Fev (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiam nesta quinta-feira, com os mercados aguardando relatório sobre a inflação nos Estados Unidos e digerindo dados econômicos mistos que contrastam com os recentes relatórios fracos que levaram os rendimentos aos seus níveis mais baixos do ano nesta semana.
Os pedidos de bens duráveis manufaturados nos EUA aumentaram 3,1% em janeiro, após uma queda de 1,8% em dezembro. Economistas consultados pela Reuters previam aumento de 2%.
O relatório não costuma movimentar o mercado, mas os rendimentos subiram depois que ele foi publicado juntamente com dados que não mostraram nenhuma mudança na leitura inicial do Produto Interno Bruto do quarto trimestre, que cresceu a uma taxa de 2,3%, e com a alta dos pedidos iniciais de auxílio-desemprego para 242.000 na semana passada, o maior aumento semanal em cinco meses.
O rendimento da nota de referência de 10 anos US10YT=TWEB subia 4,1 pontos-base, para 4,29%. O rendimento do Treasury de dois anos US2YT=TWEB, que normalmente se move em sintonia com as expectativas da taxa de juros, ganhava 3,2 pontos-base, para 4,104%.
Na quarta-feira, o rendimento de dois anos caiu para o nível mais baixo desde o início de novembro e a taxa de 10 anos atingiu o menor patamar desde 11 de dezembro.
Dados fracos sobre a confiança do consumidor, manufatura, vendas no varejo e vendas de moradias nas últimas semanas provocaram uma recuperação nos títulos que empurrou os rendimentos para baixo, com os investidores saindo das ações para a segurança dos Treasuries em meio a preocupações sobre como as políticas tarifárias do governo Trump afetarão o crescimento e a inflação.
"Os dados de hoje não foram surpreendentes, os títulos parecem estar caindo à medida que o mercado de ações sobe", disse Subadra Rajappa, chefe de estratégia de juros dos EUA no Société Générale em Nova York.
O mercado agora está aguardando o relatório do índice de preços PCE na sexta-feira para ver se a inflação está mais contida do que sugeriram os dados de preços ao consumidor de janeiro, que agitaram os mercados há duas semanas.
A principal questão é se o índice PCE será moderado o suficiente para permitir que o Federal Reserve retorne à sua trajetória de afrouxamento monetário nos próximos meses, depois de fazer uma pausa nos cortes dos juros em janeiro.
(Reportagem de Tatiana Bautzer)
((Tradução Redação São Paulo))
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