Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo

Investing.com - Os futuros das ações dos EUA apontam para uma queda nesta sexta-feira, depois que a mais nova diretriz tarifária do presidente Donald Trump não chegou a impor imediatamente novas taxas recíprocas aos parceiros comerciais americanos. No entanto, alguns analistas sinalizaram que as tarifas ainda podem ser aplicadas no final deste ano. Em outros lugares, o TikTok retorna às lojas de aplicativos da Apple e do Google, enquanto as ações da GameStop sobem em negociações de horário estendido em um relatório após notícias de que a varejista de videogames está considerando possíveis investimentos em criptomoedas. No Brasil, governo estima mais inflação e menos crescimento neste ano.

1. Futuros caem; atenções para últimas tarifas de Trump

Os futuros de ações dos EUA caíam na sexta-feira, com os investidores avaliando as implicações do último anúncio de tarifas do presidente Trump e analisando uma série de dados de inflação no início da semana.

Às 7h59 (de Brasília), o contrato S&P 500 futuros recuava 0,069%, o Nasdaq 100 futuros perdia 0,05%, e o contrato Dow futuros estava em queda de 0,33%.

As principais médias em Wall Street terminaram em alta na quinta-feira. Os números do Departamento do Trabalho mostraram que os preços ao produtor aumentaram a uma taxa mais rápida do que a prevista em janeiro, embora alguns detalhes do relatório tenham sido relativamente mornos.

Uma queda acentuada nos rendimentos de referência dos títulos do Tesouro de 10 anos foi interpretada pelos analistas como um sinal de algum alívio entre os investidores, após o crescimento quente dos preços ao consumidor na quarta-feira. O índice de preços ao consumidor (IPC) de janeiro foi mais rápido do que o esperado, diminuindo as esperanças de um possível corte na taxa de juros do Fed este ano.

"Os rendimentos do Tesouro encontraram uma maneira de bloquear a leitura do IPC de quarta-feira, implicitamente recusando a noção de alta, pelo menos não por enquanto", disseram analistas do ING em uma nota aos clientes.

Em ações individuais, um aumento nas ações da Apple, fabricante do iPhone, da Nvidia (NASDAQ:NVDA), uma empresa de inteligência artificial, e da Tesla (NASDAQ:TSLA), gigante dos veículos elétricos, ajudou a elevar o S&P 500 para um pouco abaixo de seu pico de fechamento histórico.

O grupo de tecnologia de anúncios AppLovin (NASDAQ:APP) também deu um salto de mais de 20% com a superação dos lucros do quarto trimestre. As ações subiram mais de 906% no último período de um ano.

Trump ordenou que sua equipe econômica analisasse e criasse um plano de tarifas recíprocas para todos os países que cobram impostos sobre as importações dos EUA, na mais recente escalada de sua iniciativa de reformular as relações comerciais dos EUA com seus amigos e adversários.

Em conversa com os repórteres no Salão Oval na quinta-feira, Trump disse que lançará as tarifas recíprocas para "fins de justiça", ordenando que as autoridades elaborem um plano para começar a contabilizar as tarifas para que possam se equiparar às impostas por outros países. Ele também pediu a remoção de barreiras não tarifárias, como impostos sobre valor agregado e restrições à segurança de veículos.

No entanto, Trump não impôs imediatamente as novas tarifas, optando, em vez disso, por conduzir semanas de investigações sobre os laços comerciais dos Estados Unidos com uma série de países, incluindo aliados tradicionais como a União Europeia, a Coreia do Sul e o Japão. Embora os mercados pareçam ter recebido bem a decisão, alguns analistas sinalizaram que as tarifas ainda poderiam ser aplicadas em algum momento deste ano.

"A ação não é uma mera postura de negociação - é o governo Trump colocando quase todos os países em alerta", disse Josh Lipsky, diretor sênior do Atlantic Council. "Nada disso deve ser descartado como apenas mais um anúncio de Trump do tipo 'esperar para ver'."

Trump fez do comércio internacional o foco central das primeiras semanas de seu segundo mandato, impondo tarifas de 10% à China, lançando taxas separadas sobre as importações de aço e alumínio e impondo - mas depois adiando - taxas aos vizinhos americanos Canadá e México.

2. TikTok retorna às lojas de aplicativos da Apple e do Google nos EUA

O TikTok retornou às lojas de aplicativos da Apple e do Google (NASDAQ:GOOGL), de propriedade da Alphabet, com a empresa anunciando na quinta-feira que estava disponível para download nesses serviços.

Trump já havia adiado a proibição da plataforma de mídia social apoiada pela China nos EUA, que deveria entrar em vigor em 19 de janeiro. Uma lei exigia que a ByteDance vendesse o TikTok ou interrompesse suas operações nos EUA.

Em janeiro, o TikTok ficou às escuras nos EUA por um breve período, bloqueando o acesso a um serviço usado por quase todos os americanos.

Mas, mais tarde, Trump assinou uma ordem executiva adiando a aplicação da lei por 75 dias, concedendo uma prorrogação temporária para os negócios do TikTok nos EUA. Analistas sugeriram que a lacuna entre essa decisão e o retorno do TikTok às lojas de aplicativos da Apple e do Google decorreu do fato de os gigantes da tecnologia quererem garantias de que não seriam responsabilizados por hospedar ou distribuir o aplicativo.

3. Apple pretende lançar recursos de IA na China até meados de 2025 - Bloomberg News

A Apple (NASDAQ:AAPL) planeja lançar seus recursos de inteligência artificial em dispositivos chineses até o meio do ano, à medida que se une a empresas locais para atender às exigências regulatórias de Pequim, informou a Bloomberg News na sexta-feira.

A empresa tem várias equipes nos EUA e na China trabalhando para adaptar seus recursos de IA - chamados de Apple Intelligence - para os mercados chineses, informou a Bloomberg, citando pessoas com conhecimento do assunto. Segundo informações, o lançamento está previsto para maio.

A Apple usará seus próprios modelos de IA, com insumos dos gigantes chineses da internet Alibaba (NYSE:BABA) e Baidu (NASDAQ:BIDU), informou o relatório da Bloomberg.

4. GameStop sobe após notícia de que poderia investir em criptomoedas

A GameStop (NYSE:GME) está pensando em possíveis investimentos em Bitcoin e outras criptomoedas, bem como em outras classes de ativos alternativos, de acordo com a CNBC.

As ações da GameStop subiram até 20% nas negociações de horário estendido após a notícia, mas reduziram alguns dos ganhos.

Citando fontes familiarizadas com o assunto, o canal de notícias de negócios disse que a GameStop - a varejista de videogames que se tornou a figura de proa de um aumento no interesse nas chamadas ações meme em 2021 - ainda está no processo de determinar se a mudança é certa para a empresa.

A GameStop ainda pode optar por não prosseguir com os investimentos, observou a CNBC. Acrescentou que Michael Saylor, presidente da grande empresa detentora de Bitcoin Strategy, que foi fotografado em uma postagem de mídia social pelo CEO da GameStop, Ryan Cohen, no último fim de semana, não está envolvido nas discussões.

5. Governo brasileiro espera mais inflação e menos crescimento

O governo brasileiro enxerga mais inflação e menos crescimento da atividade econômica neste ano. O Ministério da Fazenda revisou para cima a estimativa projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 de 3,6% para 4,8% e cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% para 2,3%.

Os dados foram apresentados pela Secretaria de Política Econômica na tarde desta quinta. “O aumento na taxa de juros básica e o cenário conjuntural externo levaram à expectativa de menor ritmo de expansão da atividade em 2025. O carry-over para 2025 também se reduziu recentemente", destacou o documento.

As estimativas estão mais otimistas do que as de analistas de mercado. Economistas consultados Banco Central esperam que a inflação termine o ano em alta de 5,58%, com expansão da atividade econômica de 2,03%. Com a projeção de inflação acima do teto da meta, atualmente em 4,5%, considerando o centro da meta de 3% e o limite de 1,5 ponto percentual, o mercado vê continuidade do ciclo de alta na taxa de juros, com Selic fechando o ano em 15%.

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