TREASURIES-Rendimentos sobem com peso de tarifas e chair do Fed sem pressa de cortar juros

Por Gertrude Chavez-Dreyfuss

NOVA YORK, 11 Fev (Reuters) - Os preços dos Treasuries caíam nesta terça-feira, elevando os rendimentos dos títulos, à medida que investidores adotavam cautela em relação às tarifas impostas pelos EUA sobre todas as importações de aço e alumínio que entrarão em vigor no próximo mês, alimentando preocupações com a reaceleração da inflação.

Esse é um cenário que pode levar o Federal Reserve a manter a taxa básica de juros inalterada por um período mais longo do que o esperado, ou até mesmo aumentá-la. O mercado futuro de juros dos EUA precificou cerca de 36 pontos-base de flexibilização este ano, ou um corte de 25 pontos-base, com chance de aproximadamente 44% de outro corte em 2025.

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou proclamações na segunda-feira que elevaram a tarifa dos EUA sobre o alumínio para 25% em relação à taxa anterior de 10%, eliminando ainda exceções de países e acordos de cotas, bem como centenas de milhares de exclusões tarifárias específicas de produtos para ambos os metais. Essa medida foi condenada por União Europeia, Canadá e México.

"O que está direcionando o mercado é a incerteza e as tarifas fazem parte dessa incerteza: se as tarifas aumentarão a inflação ou diminuirão (a inflação)", disse Brian Reynolds, estrategista-chefe de mercado da Reynolds Strategy.

"As tarifas, por si só, são inflacionárias. No entanto, quando o presidente anuncia tarifas, isso faz com que o mercado de ações caia, mas o próximo passo é diminuir a demanda, o que deve reduzir a inflação."

O rendimento do Treasury de referência de dez anos US10YT=RR subia 4,8 pontos-base, para 4,543%, em alta pela quarta sessão consecutiva.

Os retornos do título de 30 anos US30YT=RR também avançavam, com alta de 4,1 pontos-base, para 4,751%.

Na ponta curta da curva, o yield da nota de dois anos US2YT=RR, que acompanha os movimentos de política monetária do Fed, ganhava 2,6 pontos-base, para 4,294%, depois de ter atingido anteriormente seu maior nível em três semanas, de 4,298%.

Os rendimentos dos Treasuries ampliaram ligeiramente os ganhos depois que o chair do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central norte-americano não está com pressa de cortar os juros, devido a uma economia "forte em geral" e a uma inflação que permanece acima de sua meta de 2%. Os comentários de Powell estiveram em linha com expectativas do mercado.

((Tradução Redação Brasília))

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