MADRID, 10 Fev (Reuters) - As tarifas comerciais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem desencadear incerteza económica, mas o impacto na inflação é menos claro, afirmou o Vice-Presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, esta segunda-feira.
O plano de Trump de impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, para além das taxas sobre os metais existentes, representa outra grande escalada comercial.
"Hoje acordámos com a questão do aço e do alumínio", disse de Guindos à emissora espanhola TVE. "Para além dos riscos geopolíticos, penso que a política da nova administração norte-americana cria obviamente uma situação de enorme incerteza".
O número dois do BCE disse que a aplicação de tarifas criaria um "choque na oferta", afectando "fundamentalmente" o crescimento económico global.
"O impacto sobre a inflação é muito menos claro (...) porque se houver uma queda na actividade económica, isso atenua imediatamente a evolução das tensões inflacionistas", disse De Guindos.
De Guindos afirmou que é importante evitar uma guerra comercial, acrescentando que os europeus devem ser cautelosos na sua reacção às potenciais tarifas comerciais dos Estados Unidos.
"Por vezes, os anúncios iniciais acabam por não se concretizar (...) por isso, é preciso adoptar uma abordagem prudente e inteligente", afirmou.
De Guindos afirmou que a inflação na Zona Euro estava a convergir para o objectivo médio do BCE de 2% e que as decisões sobre a futura política monetária do banco seriam tomadas reunião a reunião.
Texto integral em inglês: nL8N3P10J1