Por Howard Schneider
DETROIT, 6 Fev (Reuters) - Uma economia em pleno emprego, com crescimento sólido e inflação em queda, permitirá que o Federal Reserve continue cortando a taxa básica de juros, embora a incerteza sobre o impacto das tarifas e de outras mudanças nas políticas governamentais norte-americanas justifique uma abordagem mais lenta, disse o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, nesta quinta-feira.
"Estamos mais ou menos estabilizados em pleno emprego. A inflação... está parecendo melhor... Se as condições continuarem assim, os juros serão mais baixos do que são hoje", disse Goolsbee em comentários a repórteres. "Quanto mais poeira jogarmos no ar, mais difícil será para nós calibrar quais são as condições reais... Mais teremos de esperar para ver. Só queremos ter certeza de que não estamos superaquecendo e que o trabalho está de fato concluído."
Na véspera da divulgação de dados-chaves de emprego, Goolsbee disse estar cada vez mais confiante de que a economia dos EUA tem "se estabelecido" em torno do pleno emprego, com menos risco de que a política monetária restritiva do Fed leve a um aumento da taxa de desemprego.
A grande incógnita, segundo ele, é como a imposição de tarifas pelo governo Trump, ou outras políticas, como a deportação de imigrantes, podem afetar uma economia que, em muitos aspectos, superou as expectativas do Fed.
O banco central precisa considerar as medidas do governo como fato dado, disse Goolsbee, mas a incerteza é motivo para agir com calma.
À medida que o Fed se aproxima de uma "taxa de juros neutra" e de um possível ponto final em seu corte, "faria sentido... desacelerar", disse Goolsbee.
"À medida que você acrescenta incertezas quanto às políticas... o ambiente fica ainda mais nebuloso... O ponto de chegada é um pouco abaixo do atual, mas a velocidade para chegarmos lá ficou um pouco menor."
((Tradução Redação Brasília))
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