MADRID, 3 Fev (Reuters) - A UE deve manter-se unida e evitar ser ingénua perante as ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre os seus produtos, afirmou, esta segunda-feira, o ministro espanhol da Economia, Carlos Cuerpo.
No sábado, Trump ordenou a imposição de tarifas sobre os produtos de México, Canadá e China - os três maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos - e também disse que as tarifas com a UE iriam "sem dúvida acontecer", sem dizer quando.
Os líderes da UE reunidos numa cimeira informal em Bruxelas, esta segunda-feira, disseram que a Europa estaria preparada para lutar se os Estados Unidos impusessem tarifas, mas também apelaram à razão e à negociação.
Cuerpo disse anteriormente à estação de rádio espanhola RNE que a UE está aberta ao comércio e é a favor de um mercado mundial globalizado, mas acrescentou que o bloco deve garantir que está em condições de competir em igualdade de condições com rivais de outros países e proteger as suas empresas.
Em comentários separados à margem de um evento em Madrid, o ministro da Indústria e do Comércio, Jordi Hereu, deu, esta segunda-feira, uma nota mais conciliatória, dizendo que a Espanha queria uma economia global aberta "em que todos ganhassem, não apenas nós".
As empresas espanholas que mais sofrerão com as tarifas são os fabricantes de automóveis e os produtores de produtos químicos e de bens de consumo, afirmou o banco Sabadell, numa nota aos investidores, enquanto que os produtores de petróleo poderão beneficiar de um dólar mais forte.
Os produtores de carne, outro importante sector exportador de Espanha, mostraram-se cautelosos quanto às perspectivas de aplicação das tarifas norte-americanas a produtos europeus, mas consideram que uma guerra comercial mais vasta não é isenta de potenciais benefícios, após terem perdido terreno nos mercados asiáticos, especialmente na China, para os concorrentes norte-americanos e brasileiros nos últimos anos.
"A imposição de tarifas norte-americanas pode baralhar o tabuleiro e favorecer a recuperação de posições perdidas nos últimos anos", disse Giuseppe Aloisio, director-geral da associação espanhola de indústrias de carne ANICE.
Texto integral em inglês: nL1N3OU09A