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A pressão sobre a Intel aumenta à medida que o dinheiro político começa a afetar a empresa.

Cryptopolitan21 de dez de 2025 às 18:51

As ações da Intel subiram 86% no ano após um aporte de capital do governo dos EUA, da Nvidia e do SoftBank, além da contratação de um novo CEO.

Mas a empresa ainda entrou em 2026 sem um único cliente externo importante para seu negócio de fundição, que continua a dar prejuízo.

O analista da MorningStar, Brian Colello, disse que a Intel encerrou o ano com "algum otimismo de que se tornará uma fabricante de chips relevante nos EUA em algum momento", mas também afirmou que ainda não houve nenhum grande negócio que comprovasse esse progresso.

A história da empresa torna sua atual crise ainda mais impressionante. A Intel construiu os primeiros microprocessadores e o design x86 que moldaram a computação moderna. O cofundador Gordon Moore criou a Lei de Moore, que orientou a inovação tecnológica por décadas.

O restante da indústria adotou o modelo fabless há anos, mas a Intel continuou fabricando seus próprios chips. Essa escolha se tornou um ponto fraco depois de anos de erros que deixaram a empresa atrás da TSMC.

Com a perda de participação no mercado de CPUs usadas em servidores, laptops e desktops, a Intel reduziu sua capacidade de produção, o que tornou o negócio de fundição ainda mais difícil de sustentar.

A pressão sobre a Intel aumenta à medida que o dinheiro político começa a afetar a empresa.

Os últimos quatro anos sob a gestão do ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, foram difíceis, já que seu plano de abrir a fábrica para clientes externos exigia grandes investimentos, e o longo cronograma afastou os investidores.

Assim, o conselho da Intel demitiu Pat no final de 2024 e trouxe Lip-Bu Tan em março de 2025. Até agora, Lip-Bu manteve a maior parte da estratégia antiga, mas adotou um tom mais calmo, reduziu custos e utilizou uma ampla rede de contatos no setor para tranquilizar Wall Street.

Essa mudança ajudou, mas o verdadeiro impulso veio quando o governo dos EUA investiu US$ 9 bilhões na empresa. O dinheiro veio por meio da Lei CHIPS, mas a aprovação ocorreu logo após uma disputa entre Lip-Bu e o governo Trump sobre os vínculos comerciais do CEO com a China.

Autoridades federais têm pressionado fortemente para transferir mais produção de chips para os EUA desde que a pandemia expôs os riscos na cadeia de suprimentos ligados a Taiwan. O aumento da tensão com a China, incluindo os temores de um conflito com Taiwan,tronessa pressão.

O analista da Technalysis, Bob O'Donnell, afirmou que os semicondutores são vitais tanto para a economia quanto para a segurança nacional, acrescentando que a Intel possui a maior infraestrutura nos Estados Unidos.

Os críticos argumentaram que o investimento demonstrava o quanto os EUA haviam se aproximado do capitalismo de Estado sob o governo Trump, afirmando que o governo agora tinha interesses conflitantes, atuando tanto como regulador quanto como acionista. Analistas disseram que a nova participação federal de 10% poderia dar à Intel mais peso nas negociações comerciais. Outros disseram que Washington poderia até mesmo pressionar grandes empresas como a Apple a utilizarem fábricas da Intel.

O SoftBank investiu US$ 2 bilhões e a Nvidia, US$ 5 bilhões. Esses investimentos ajudaram a empresa a reduzir seus prejuízos significativos. No entanto, o acordo com a Nvidia não incluiu um contrato de fabricação para os chips da empresa, o que limitou o impacto.

As esperanças da Intel no setor de fundição dependem da conquista de clientes para o padrão 14A.

O futuro da Intel agora depende de convencer clientes externos a confiarem em seus novos processos de fabricação. Nvidia, Apple e Qualcomm são os principais alvos, mas todas elas também competem com os produtos da Intel e já trabalham com a TSMC.

A TSMC está investindo US$ 165 bilhões na construção de novas instalações nos EUA, o que enfraquece a vantagem geopolítica da Intel. O processo 18A da empresa, antes oferecido a usuários externos, agora é usado principalmente em seus próprios chips, incluindo o Panther Lake para PCs e o Clearwater Forest para data centers.

Analistas afirmaram que o sucesso desses produtos transformará completamente a demanda pelos próximos processos, denominados 18AP e 14A.

Há rumores de que a Apple poderá usar o processo 18AP em seus chips de entrada, mas nada está confirmado.

O analista David O'Connor, BNB Paribas, afirmou que a Intel tem de 12 a 18 meses para conquistar um grande cliente para o chip 14A, considerando esse processo "o ponto crucial para o sucesso ou fracasso da Intel no negócio de fundição". Ele também disse que a empresa pode até mesmo abandonar a fabricação de chips se o chip 14A fracassar.

Outros analistas preveem uma recuperação muito mais lenta. Stacy Rasgon, analista da Bernstein, afirmou que levou uma década para quebrar a empresa, portanto não há motivos para esperar uma recuperação em menos tempo.

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