
Os gastos fiscais da China em geral caíram em outubro, registrando a maior queda desde pelo menos 2021, prejudicando um fator-chave para o investimento e o crescimento econômico.
Dados do Ministério das Finanças mostraram que o país gastou 2,37 trilhões de yuans (US$ 334 bilhões) em suas duas principais contas orçamentárias, um total 19% menor do que no mesmo mês do ano anterior.
O Goldman Sachs analisou os números e afirmou que sua própria métrica, o “ defifiscal aumentado”, diminuiu em outubro. O banco informou aos clientes que o relatório demonstrava que a política orçamentária havia se tornado “menos favorável ao crescimento”.
O momento coincidiu com uma fragilidade generalizada na economia, onde a fraca demanda interna e externa já havia desacelerado a atividade.
O investimento, impulsionado pelos gastos do governo, caiu em outubro de uma forma sem precedentes. Isso representou mais um entrave em um momento em que a China já enfrentava consumo fraco e demanda de exportação insuficiente.
Economistas do Goldman Sachs, incluindo Lisheng Wang, escreveram que os números mais recentes sugerem que uma parcela maior do dinheiro gasto pelo governo foi destinada ao pagamento de dívidas corporativas em vez de à construção de novos projetos de investimento.
Eles afirmaram que essa mudança prejudicou o crescimento do investimento em ativos fixos e reduziu ainda mais os números gerais. Em sua nota, destacaram que a desaceleração no crescimento dos gastos era evidente e que afetou duramente o investimento.
Os dados também mostraram que o novo estímulo implementado desde o final de setembro ainda não havia surtido efeito. O governo havia anunciado 500 bilhões de yuans em novas ferramentas de financiamento para impulsionar o investimento, mas as autoridades afirmaram que esse dinheiro só foi totalmente utilizado no final de outubro.
Além disso, Pequim aprovou, em meados de outubro, mais 500 bilhões de yuans em cotas especiais para títulos da dívida pública local. Apenas 40% dessa cota poderá ser utilizada pelas províncias para financiar projetos concretos.
O restante estava fora dos limites. Isso sugeria que o governo queria manter os riscos da dívida sob controle, especialmente porque as autoridades acreditavam que a meta de crescimento de cerca de 5% para 2025 poderia ser alcançada.
Michelle Lam, economista da Société Générale especializada na Grande China, afirmou que os formuladores de políticas pareciamdent nas perspectivas econômicas para o próximo ano e acreditavam que os estímulos já anunciados os ajudariam a atingir a meta de crescimento deste ano.
Ela afirmou que os mercados agora estão de olho em 2026, quando esperam um novo apoio fiscal.
Nos primeiros dez meses do ano, os gastos governamentais totais da China atingiram 30,7 trilhões de yuans, mas a taxa de crescimento desacelerou para 5,2%.
A receita do governo aumentou apenas 0,2%, para 22,1 trilhões de yuans, durante o mesmo período. Essa combinação elevou o defiorçamentário geral para 8,6 trilhões de yuans, mais de 20% superior ao defiregistrado no mesmo período do ano anterior.
Economistas do Goldman Sachs disseram que a recente cautela do governo em relação aos gastos pode indicar que as autoridades desejam reservar espaço para políticas no início do próximo ano, de modo a proteger o crescimento e os empregos quando necessário.
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