Quase metade de todos os carros novos vendidos na China este ano são elétricos ou híbridos.

O boom dos veículos elétricos (VE) na China apresentou mais uma tendência de alta, com aumento no uso para viagens de longa distância durante o período festivo chinês. No entanto, os exportadores estão longe de comemorar neste período devido às potenciais ramificações que esse desenvolvimento pode ter nos mercados globais de petróleo. 

O país registrou uma redução no consumo de gasolina durante o feriado da Semana Dourada da China, um feriado de uma semana celebrado em outubro para comemorar a fundação da nação. 

Historicamente, este feriado é marcado por um aumento no consumo de gasolina e, em alguns casos, pela escassez do combustível. No entanto, agora há uma mudança, e uma nova tendência já está se formando devido à adoção de veículos elétricos .

Os carros elétricos geralmente são usados apenas em deslocamentos urbanos, mas agora se popularizaram, com quase metade de todos os veículos novos vendidos na China este ano sendo totalmente elétricos ou híbridos.

A jornada de um motorista reflete uma mudança nacional.

Um chinês, Tianyu Jiang, falou recentemente com repórteres sobre sua experiência dirigindo seu veículo elétrico da bacia de Sichuan, no sudoeste do país, até Pequim. A viagem de 2.000 km (1.242 milhas) foi a primeira longa distância percorrida por Jiang em um veículo elétrico.

Ele disse: "Eu costumava dirigir um carro a gasolina e nunca tinha feito uma viagem tão longa com um veículo elétrico, mas dirigir longas distâncias com um veículo elétrico não me parece mais um problema."

Sua história estava longe de ser única, já que o Ministério dos Transportes da China informou que, das 63,5 milhões de viagens de carro registradas durante o recesso de oito dias, cerca de um quinto foi realizado em veículos elétricos ou híbridos. 

Postos de carregamento, antes escassos fora das áreas urbanas, agora estão espalhados pelas principais rodovias do país. "Durante os horários de pico, tanto carregar quanto abastecer significa esperar", disse Jiang. "Se você realmente precisar carregar, saia da rodovia e encontrará postos de carregamento a menos de 10 km (6 milhas), e é barato."

A demanda por gasolina estagna à medida que os exportadores de petróleo sentem o impacto.

O efeito mais significativo dessa mudança não está sendo sentido nas rodovias da China, mas sim nos mercados globais de combustíveis. Pela primeira vez em décadas, o tradicional aumento no consumo de gasolina durante os feriados não se concretizou. Em vez disso, a demanda caiu quase 9% em outubro em comparação com o mesmo período do ano anterior, para cerca de 12,5 milhões de toneladas, segundo a consultoria Sublime China Information. O consumo médio diário permaneceu estável em relação a setembro, contrariando o aumento sazonal habitual.

Estima-se que a demanda por gasolina na China, a maior do mundo, tenha atingido seu pico em 2023. A unidade de pesquisa da estatal petrolífera Sinopec prevê uma queda de mais de 4% no consumo este ano, à medida que os veículos elétricos substituem rapidamente os motores de combustão interna.

os exportadores globais , isso é um sinal de alerta de que o tão aguardado pico na demanda chinesa por petróleo já não é uma possibilidade tão distante. Um pesquisador estatal do setor energético previu, em setembro, que a demanda total de petróleo da China atingirá seu pico em 2027, com apenas as matérias-primas petroquímicas compensando a queda no transporte.

Maior dependência de veículos elétricos está por vir.

O número de pontos de carregamento aumentou mais de 54% desde o ano passado, e isso tem sido fundamental para tornar as viagens de longa distância com veículos elétricos uma realidade para milhões de pessoas.

Empresas como a CATL estão agora a expandir ainda mais os limites, desenvolvendo sistemas de carregamento ultrarrápidos que podem recarregar a bateria de um veículo elétrico em minutos. No início do ano, Robin Zeng , fundador da CATL, projetou que metade do mercado de caminhões da China será elétrica até 2028 e, caso isso se concretize, os preços do diesel cairão drasticamente.

Como maior importador mundial de petróleo bruto, o apetite cada vez menor da China por gasolina ameaça corroer um dos pilares fundamentais do crescimento da demanda global por petróleo. Exportadores do Oriente Médio, África e América Latina, que há muito dependem dotronchinês para absorver a oferta, podem enfrentar margens de lucro cada vez menores e talvez precisem tomar medidas mais proativas para diversificar suas economias energéticas.

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