
Por Seher Dareen
LONDRES, 16 Dez (Reuters) - Os preços do petróleo Brent caíram abaixo de US$60 o barril nesta terça-feira, o menor valor desde maio, já que as perspectivas de um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia pareciam se fortalecer, aumentando as expectativas de que as sanções poderiam ser aliviadas.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Brent LCOc1 recuava 2,5%, para cerca de US$59 o barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate, dos EUA CLc1, estava sendo negociado a US$55,33, queda de 2,6%.
"O Brent caiu esta manhã para menos de US$ 60 por barril pela primeira vez em meses, já que o mercado avalia um possível acordo de paz, resultando na disponibilização de volumes russos adicionais e no aumento do excesso de oferta no mercado", disse Janiv Shah, analista da Rystad.
Os EUA se ofereceram para fornecer garantias de segurança no estilo da Otan para Kiev, e os negociadores europeus relataram progresso nas conversações na segunda-feira, gerando otimismo de que o fim da guerra estava mais próximo.
A Rússia, por sua vez, disse que não estava disposta a fazer nenhuma concessão territorial, segundo a agência de notícias estatal TASS, citando o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov.
"O arrasto nas negociações será acompanhado pela queda contínua dos preços, à medida que entramos em 2026 com todas as previsões associadas de 'excesso'. O Brent atingirá uma nova mínima no acumulado do ano, mas não cairá abaixo de US$55 por barril antes do final do ano", disse John Evans, analista da PVM Oil Associates.
Além da pressão, dados econômicos chineses fracos na segunda-feira alimentaram ainda mais as preocupações de que a demanda global pode não ser forte o suficiente para absorver o recente crescimento da oferta, disse o analista de mercado do IG, Tony Sycamore.
O crescimento da produção industrial da China desacelerou para uma mínima de 15 meses, segundo dados oficiais. As vendas no varejo também cresceram em seu ritmo mais lento desde dezembro de 2022, durante a pandemia de Covid-19.
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS