
Por Marek Strzelecki e Christoph Steitz e John O'Donnell
VARSÓVIA/FRANKFURT, 16 Dez (Reuters) - Shell retomou os esforços para vender sua participação na refinaria de petróleo alemã PCK Schwedt, disseram à Reuters três fontes familiarizadas com o assunto, visando se desfazer de um ativo envolvido em sanções ocidentais contra a Rússia (link) e na necessidade de Berlim de garantir suprimentos de combustível (link).
Rosneft ROSN.MM, empresa estatal russa, detém 54,17% da refinaria que fornece grande parte do combustível de Berlim, mas foi despojada do controle pela Alemanha após a invasão russa da Ucrânia (link) e os laços energéticos (link) entre a Alemanha e a Rússia foram rompidos.
Shell SHEL.L abriu este mês uma sala de dados para potenciais compradores dos 37,5% que detém na refinaria de Schwedt C}RO7309414219, um ano após uma tentativa anterior de vendê-la ao grupo britânico Prax ter falhado (link), disseram duas das pessoas.
Segundo uma das fontes, a empresa global de energia estava buscando propostas para a participação até o final de janeiro.
Shell recusou-se a comentar.
GRUPO LIWATHON ESTÁ INTERESSADO
Em outubro, o governo alemão fechou um acordo de última hora (link) para isentar a refinaria das sanções dos EUA (link) à Rosneft, permitindo que a Schwedt opere até o final de abril sob a licença atual.
Entre os interessados na refinaria está o Grupo Liwathon, uma empresa privada de comercialização de energia com terminais de petróleo e derivados na Estônia e nas Bahamas, afirmou Tibor Fedke, sócio do escritório de advocacia alemão Noerr, que assessora regularmente a Liwathon na Alemanha.
Shell tenta há muito tempo se desfazer de Schwedt e, em 2021, escolheu a Alcmene, unidade austríaca do Grupo Liwathon, como compradora, antes que a guerra na Ucrânia suspendesse qualquer acordo relacionado à refinaria.
O interesse da Liwathon em investimentos alemães "inclui, entre outras coisas, um possível investimento na PCK Schwedt, mas não se limita a isso", disse Fedke.
Liwathon não fez nenhum comentário imediato.
Alemanha deve renovar a tutela a cada seis meses.
A refinaria, com capacidade para refinar cerca de 230.000 barris por dia, tem sido um problema para o governo alemão, que assumiu o controle, mas não a propriedade, em 2022, preocupado com a possibilidade de a expropriação agravar o conflito com Moscou.
Desde então, Alemanha tem tido que prorrogar a tutela da refinaria a cada seis meses, na esperança de que Rosneft cumpra seus planos de vender sua participação, garantindo ao mesmo tempo a segurança do abastecimento.