EXCLUSIVO-IHC de Abu Dhabi está interessada nos ativos estrangeiros da Lukoil

Por Rachna Uppal e Dmitry Zhdannikov e Yousef Saba

ABU DHABI, 21 Nov (Reuters) - O conglomerado de Abu Dhabi, International Holding Company IHC.AD, manifestou interesse nos ativos estrangeiros do grupo petrolífero russo Lukoil LKOH.MM junto ao Departamento do Tesouro dos EUA, informou a empresa em resposta a uma consulta da Reuters.

A IHC junta-se a uma lista crescente de potenciais compradores dos ativos globais da Lukoil, que agora inclui as gigantes do petróleo ExxonMobil e Chevron, (link) e a empresa de capital privado norte-americana Carlyle.

O número de potenciais compradores aumentou desde que o Departamento do Tesouro dos EUA deu sinal verde na sexta-feira (link) para que as empresas iniciem negociações com a Lukoil. A autorização é válida até 13 de dezembro.

Questionada se a IHC havia manifestado interesse ao Tesouro dos EUA na compra dos ativos estrangeiros da Lukoil, a IHC respondeu: "Sim, manifestamos interesse nos ativos estrangeiros da Lukoil."

A IHC não fez mais comentários.

No mês passado, os EUA impuseram sanções às duas maiores companhias petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil, numa tentativa de Washington de pressionar Moscou a pôr fim à guerra na Ucrânia.

A Lukoil tem enfrentado crescentes interrupções em seus ativos estrangeiros (link), que representam cerca de 0,5% da produção mundial de petróleo, desde a imposição das sanções.

A Lukoil possui três refinarias na Europa, participações em campos de petróleo no Cazaquistão, Uzbequistão, Iraque, México, Gana, Egito, Emirados Árabes Unidos e Nigéria, e centenas de postos de combustíveis em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos.

A IHC, a maior empresa listada em bolsa de Abu Dhabi, é presidida pelo Sheikh Tahnoon bin Zayed Al Nahyan, irmão do presidente dos Emirados Árabes Unidos e conselheiro de segurança nacional, que também chefia dois dos fundos soberanos do emirado.

O conglomerado possui uma ampla gama de atividades, incluindo saúde, energia, imobiliário, agricultura e mineração, com investimentos globais nos EUA, na Índia (link), na América Latina e na África.

Seu presidente-executivo disse esta semana à Reuters (link) que a IHC poderá investir entre 30 e 35 bilhões de dólares ao longo de um ciclo de 18 meses, financiando seus investimentos por meio de uma combinação de dívida e capital próprio.