EXCLUSIVO-Chevron entra na disputa para explorar possível compra de ativos da Lukoil, dizem fontes

Por Shariq Khan e Anna Hirtenstein e Dmitry Zhdannikov

NOVA IORQUE/LONDRES, 17 Nov (Reuters) - A gigante petrolífera norte-americana Chevron CVX.N está estudando opções para comprar ativos globais da empresa petrolífera russa Lukoil LKOH.MM, que está sob sanções, disseram à Reuters nesta segunda-feira cinco fontes familiarizadas com o processo.

O Departamento do Tesouro dos EUA deu autorização (link) na semana passada para que potenciais compradores conversassem com a Lukoil sobre ativos estrangeiros. A Chevron se juntaria à Carlyle (link) e outras empresas na disputa pelo portfólio da Lukoil, avaliado em pelo menos US$ 20 bilhões.

No mês passado, os Estados Unidos impuseram sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, Lukoil LKOH.MM e Rosneft ROSN.MM, como parte dos esforços da administração do presidente Donald Trump para forçar Moscou a entrar em negociações de paz com a Ucrânia.

A Chevron está explorando opções para adquirir ativos da Lukoil onde as empresas se sobrepõem, em vez de todo o portfólio, disseram as cinco fontes. Elas pediram para não serem identificadas, pois não estão autorizadas a falar com a imprensa. O interesse da Chevron não havia sido noticiado anteriormente.

A Chevron afirmou que cumpre as leis e regulamentos aplicáveis aos seus negócios e não comenta assuntos comerciais.

A Lukoil extrai cerca de 2% da produção global de petróleo, tanto em território nacional quanto internacional, e afirmou estar buscando compradores para seus ativos internacionais, que produzem 0,5% do petróleo global e são estimados em cerca de US$ 22 bilhões, com base em documentos apresentados em 2024 (link).

OUTROS PRETENDENTES

A gigante norte-americana de capital privado Carlyle está entre as que exploram opções para comprar os ativos estrangeiros da Lukoil, disseram fontes à Reuters na semana passada (link).

A Lukoil possui três refinarias na Europa, participações em campos de petróleo no Cazaquistão, Uzbequistão, Iraque, México, Gana, Egito e Nigéria, e centenas de postos de combustíveis em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos.

A Lukoil detém 13,5% no campo de Karachaganak e 5% no campo de Tengiz, no Cazaquistão, que também contam com Chevron, Exxon Mobil XOM.N, Eni ENI.MI e Shell SHEL.L entre seus acionistas.

Os campos são a principal fonte de petróleo bruto para o oleoduto CPC, que transporta mais de 1,6 milhão de barris de petróleo bruto por dia, ou 1,5% da demanda global de petróleo, para os mercados globais através da Rússia.

A Lukoil também detém uma participação na licença offshore nigeriana OML-140, operada pela Chevron.

A rede de postos de gasolina finlandesa Teboil, que pertence integralmente à Lukoil, afirmou na segunda-feira que espera uma mudança na sua propriedade (link) como parte dos esforços da gigante russa para vender ativos internacionais.

A Lukoil também opera o projeto West Qurna 2 no Iraque, onde a Exxon era há muito tempo a operadora do vizinho Projeto West Qurna 1, antes de sua saída no ano passado.

O governo iraquiano está discutindo a possibilidade de solicitar ao Departamento do Tesouro dos EUA uma isenção de seis meses das sanções para que a Lukoil tenha mais tempo para vender sua participação no projeto West Qurna 2, disseram três autoridades iraquianas do setor energético à Reuters nesta segunda-feira. O Iraque descartou a possibilidade de o Estado comprar a participação da Lukoil no projeto.