
Por May Angel
LONDRES, 14 Nov (Reuters) - Os preços mundiais do café e do cacau fecharam em queda na sexta-feira, depois que o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprirá suas promessas de conceder isenções tarifárias a alguns alimentos e outros produtos não produzidos nos EUA.
Greer disse à CNBC que há algumas "microáreas" de comércio de produtos não produzidos no país, como café, cacau e bananas, em que os EUA não precisam de tarifas.
Os comentários foram feitos depois que uma autoridade sênior dos EUA disse que o governo Trump removerá as tarifas sobre alguns alimentos e outras importações da Argentina, Equador, Guatemala e El Salvador, segundo um pré-acordo.
Os futuros do café arábica na bolsa ICE KCc2, usado para precificar o café físico em todo o mundo, atingiram o menor nível em duas semanas, os futuros do café robusta LRCc2 atingiram o patamar mais baixo em um mês e meio, enquanto os futuros do cacau em Nova York e Londres CCc2 LCCc2 atingiram os níveis mais baixos em dois anos.
O café arábica caiu 0,1%, para US$3,74 por libra-peso, o café robusta cedeu 2,8%, para US$4.223 a tonelada, o cacau de Nova York recuou 3,5%, para US$5.457 a tonelada, enquanto o cacau de Londres perdeu 0,7%, para 4.104 libras por tonelada.
Um veterano do comércio independente de cacau disse à Reuters que os futuros do cacau em Nova York incluem um prêmio em relação a Londres para compensar as tarifas, portanto, suas quedas foram mais acentuadas após as notícias sobre as tarifas, daí suas quedas.
Negociantes de café, por sua vez, observaram que ainda não havia nenhuma palavra sobre um acordo com o Brasil, que produz quase metade do arábica do mundo e fornece aos EUA cerca de um terço de seus grãos.
Atualmente, o país enfrenta uma tarifa de 50% sobre os embarques dos EUA.
"O Brasil é o que importa", disse um negociante.
Ele acrescentou que o acordo está demorando, possivelmente porque o Brasil está aguardando o resultado de uma decisão da Suprema Corte dos EUA sobre a legalidade das tarifas e monitorando de perto a crescente inquietação com o governo Trump.
As vitórias dos democratas em Nova Jersey, Nova York e Virgínia nas últimas semanas revelaram a preocupação dos eleitores com os preços altos, que, segundo os economistas, foram alimentados em parte pelas tarifas de importação dos EUA para quase todos os países.
Os preços do café torrado e moído nos supermercados dos EUA subiram 41% em setembro em relação ao ano anterior.
Em outras commodities, o açúcar bruto SBc1 subiu 3,6%, para 14,96 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o açúcar branco LSUc1 subiu 2,2%, para US$431,60 a tonelada.
(Por May Angel e Marcelo Teixeira)