USDA reduz perspectivas de safras dos EUA, mas ainda vê recorde para o milho

CHICAGO, 14 Nov (Reuters) - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu suas perspectivas de safras de milho e soja nesta sexta-feira, nas primeiras estimativas oficiais das duas culturas mais valiosas do país desde meados de setembro, antes que a colheita tivesse tomado forma.

Apesar disso, a colheita de milho ainda será recorde, ajudando a pressionar os mercados futuros de grãos.

Os operadores esperavam que o governo previsse cortes mais profundos na safra de milho do país, mesmo com o USDA informando que os suprimentos estavam aumentando mais do que o uso.

A agência reduziu ligeiramente sua estimativa de exportação de soja dos EUA para a atual safra, uma vez que a China, o maior importador de soja do mundo, tem evitado em grande parte os embarques norte-americanos em meio às batalhas comerciais entre Washington e Pequim.

Um apagão de dados de safra durante a mais longa paralisação do governo dos EUA levou à maior variedade de estimativas de analistas em uma década para as produções de milho e soja, já que um vácuo de informações na época da colheita e durante negociações comerciais críticas distorceu os mercados de commodities.

DOENÇA FÚNGICA SE ESPALHA PELO MEIO-OESTE

O USDA fixou a produtividade média de milho dos EUA em 2025 em 186,0 bushels por acre, abaixo dos 186,7 de 12 de setembro. Ele reduziu sua estimativa de produção para 16,752 bilhões de bushels, de 16,814 bilhões em setembro.

"Se realizada, essa seria a maior produção de grãos já registrada nos Estados Unidos", escreveu o USDA em seu relatório de produção agrícola.

Os operadores esperavam que o relatório mostrasse uma grande quantidade de suprimentos, depois que o USDA previu anteriormente que os agricultores norte-americanos colheriam o maior número de acres de milho desde 1933 -- notícia que pesou sobre os preços e foi uma bênção para os fabricantes de etanol e produtores de gado que usam o produto como ração.

No entanto, os comerciantes e analistas de mercado esperavam que o governo reduzisse mais drasticamente sua estimativa de produção de milho na sexta-feira.

Uma doença fúngica do milho se espalhou pelo Meio-Oeste dos EUA, ameaçando reduzir a produção, disseram os produtores e especialistas em culturas.

Analistas consultados pela Reuters esperavam que a agência reduzisse sua estimativa de produção para 16,557 bilhões de bushels e sua perspectiva de rendimento para 184 bpa.

"O governo está dizendo que essa safra monstruosa existe", disse Jim McCormick, cofundador da empresa de consultoria e marketing AgMarket.net.

É provável que o excesso de grãos pese sobre a economia agrícola. Os produtores dos EUA já estão enfrentando dificuldades com os baixos preços das safras e o aumento dos custos de insumos como fertilizantes e sementes.

As receitas das safras ajustadas pela inflação estão previstas no nível mais baixo desde 2007.

SOJA

Com relação à soja, o USDA projetou o rendimento dos EUA em 2025 em 53,0 bpa, abaixo dos 53,5 bpa de setembro. A produção foi projetada em 4,253 bilhões de bushels, abaixo dos 4,301 bilhões de bushels.

Os analistas esperavam que o USDA reduzisse sua perspectiva de rendimento da soja para 53,1 bpa, com uma produção esperada de 4,266 bilhões de bushels.

Enquanto isso, as previsões de um grande excedente de trigo também lançaram uma nuvem de baixa sobre os mercados de grãos, disse Craig Turner, corretor de commodities e grãos da StoneX.

"Se o milho ou o farelo de soja se valorizarem muito, isso significa que, em algum momento, haverá bastante trigo de inverno como ração", disse Turner.

"É uma armadilha para o rali."

(Reportagem de P.J. Huffstutter em Chicago)

((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751)) REUTERS RS